Ser mulher na sociedade de classes, significa estar constantemente exposta, submetida às mais variadas formas de dominação, docilização e exploração.
Ser mulher na sociedade de classes, significa voltar pra casa espremida no transporte público precário e ser gravemente abusada, como foi o caso da companheira.
Ser mulher na sociedade de classes, é chegar em casa e perceber, que não só foi encochada por um homem no ônibus, como este também gozou em sua saia.
Significa ter a coragem de denunciar esse abuso e ver seu relato ser distorcido, diminuído e ridicularizado!
Ser mulher na sociedade de classes, significa ter que ouvir que se a história fosse real, deveria ter feito B.O e como não fez, acaba sendo tão culpada quanto o abusador.
Significa ouvir que inventou a história pra pura e simplesmente acusar alguém do sexo oposto, pra se vitimizar, pra aparecer.
Ser mulher na sociedade de classes é ser demarcada socialmente e empurrada ladeira abaixo na vida econômica, para ser hiperexplorada pela jornada dupla de trabalho (na firma e no lar), ganhar salários inferiores aos dos homens e ocupar posições inferiores nos trabalhos, na família e na política!
Ser mulher na sociedade de classes, é não ter direitos civis básicos garantidos, como direito ao aborto, ao divórcio ou a maternidade!
Ser mulher na sociedade de classes é ser silenciada e assediada diariamente, é ter medo e apreensão como sentimentos corriqueiros!
No caso da companheira, é ser constrangida, culpabilizada e oprimida de forma covarde ao tentar denunciar esse estado de coisas! Entendemos que casos como esse não ocorrem de forma isolada e se expressam no cotidiano das mulheres trabalhadoras. Os comentários que tentam desqualificar o relato, são sintoma do quanto a sociedade não está atenta à grave realidade da violência e assédio sexual em geral e em particular no transporte público. Por isso, declaramos repudio à toda violência gênero e atos machistas, afirmando a necessidade da luta organizada e combativa das mulheres, construindo alternativas para a superação real das opressões. E sobretudo, declaramos nosso pleno apoio à companheira e ao conjunto das mulheres em luta, que tem a coragem de denunciar e trazer à tona seus relatos, para que um dia eles não sejam mais do que histórias de terror ultrapassadas. Casos que só nos reforçam a importância da luta das mulheres não estar descolada da luta por direitos, por transporte público de qualidade, por melhores condições de trabalho, e como objetivo finalista, pela transformação radical da sociedade.
Em síntese, nos colocamos firmemente em prol de seu amparo e suporte individual, assim como em defesa de um projeto político classista revolucionário que tenha como central as demandas das mulheres! Uma vez que ser mulher da classe trabalhadora também é canalizar a revolta, é resistir como faz nossa companheira e não se permitir familiarizar com a opressão, pois há mulheres que não se deixam ser tratado como adorno ou serem humilhadas e desprezadas apenas por serem mulheres, mas que estão organizando e lutando pelo respeito que merecem como as mulheres são.
Arriba las e los que luchan!
Firmes!
agência de notícias anarquistas-ana
No solar ruído
há ainda verdes cortinas
e um senhor, o sapo.
Alexei Bueno
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!