Na noite entre o domingo dia 22 e a segunda dia 23 de maio, três camaradas foram detidos próximo ao estacionamento de carros da delegacia do sul de Varsóvia. Os policiais afirmam ter achado um dispositivo explosivo debaixo de uma viatura da polícia. Todos os três camaradas foram detidos na delegacia e um camarada foi seriamente espancado. Os camaradas se recusaram a cooperar e negaram todas as acusações de “terrorismo” e de tentativa de bombardear a delegacia. Os camaradas receberam ajuda da comunidade anarquista e de três okupas de Varsóvia (Przychodnia, Syrena e Radykalne Ogrody Działkowe) e a eles foi prestada representação legal.
No mesmo dia, a polícia invadiu e tentou expulsar a okupa Radykalne Ogrody Działkowe, onde um dos camaradas presos vivia, em busca de evidências. De acordo com o site Reclaim The Fields: “Os policiais chegaram entre 4 e 5 horas da manhã. Eles invadiram a área da okupa cortando cercas e derrubando o portão com uma empilhadeira. Seis policiais disfarçados invadiram os quartos das pessoas. Um amigo acordou e viu-se cercado por policiais questionando-o sobre sua identidade. Eles começaram então a fazer buscar por todo a okupa.”
Todos os coletivos anarquistas de Varsóvia lançaram declarações dizendo que rejeitam as acusações de terrorismo que foram feitas pela mídia dominante e que estão solidários com os camaradas acusados. Fotos humilhantes dos três camaradas com algemas e fazendo exames alcoólicos foram publicadas na imprensa.
A comunidade anarquista de Varsóvia apontou o fato de que a reação da mídia aos últimos eventos são uma tentativa de legitimar o novo ato antiterrorista que está sendo discutido pelo governo polonês. Ela também apontou que há cerca de duas semanas atrás um jovem chamado Igor foi espancado até a morte numa delegacia na Breslávia e que o sistema legal está protegendo os assassinos.
A Federação Anarquista de Poznań lançou uma declaração na qual destaca fortemente que “Nesses tempos em que o poder do Estado está mudando rapidamente para um regime autoritário e que condições de Estado de emergência são aplicadas cada vez mais severamente a cada dia, a tentativa de tocar fogo em algumas viaturas é chamada de ‘terrorismo’ e duas garrafas cheias de gasolina são chamadas de ‘bombas’. Isso não é nada mais do que uma tentativa de distrair o povo de incidentes óbvios de brutalidade policial e abuso da lei”. Os camaradas de Poznań lembraram às pessoas da dramática morte do prisioneiro romeno Claudiu Crulic, que morreu na prisão de Cracóvia depois de dois meses de greve de fome.
Outra declaração veio de Łukasz Bukowski, nosso camarada anarquista preso, que está atrás das grades porque se recusou a pagar multas judiciais impostas a ele como um ato de vingança judicial devido à sua atividade política ajudando famílias pobres a resistir a despejos em Poznań.
Ele escreveu: “Eu acabei de receber as noticiais sobre os três camaradas detidos em Varsóvia, acusados do assim chamado ataque a bomba a uma delegacia de polícia. Independentemente da validade das acusações, nós devemos apoiá-los. Durante toda a história, a luta pela liberdade sempre usou uma variedade de métodos e táticas para combater a opressão. Mesmo se não apoiarmos táticas insurrecionarias, não podemos negar a efetividade e força do apoio solidário. Sei disso porque eu mesmo experienciei sua animadora força. A solidariedade é a nossa arma”.
O coletivo Grecja w Ogniu presta solidariedade aos camaradas presos, que foram forçosa e ilegalmente sequestrados pelo regime de Estado e sofreram atos de terror físico e psicológico enquanto estavam detidos e cujas vidas agora dependem de fantoches uniformizados do regime.
Nós publicaremos declarações separadas nos próximos dias.
Nós todos estamos convocando ações em solidariedade e apoio a todos os três prisioneiros do Estado!
Policiais bastardos, nós lembraremos de cada um de seus ataques e agressões contra nossos camaradas!
Guerra eterna contra os bancos, policiais e prisões!
Fonte: http://grecjawogniu.info/?p=28378
Tradução > Jorge Holanda
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