A Polícia Civil pediu o indiciamento de um grupo neonazista suspeito de agredir no domingo (12) os integrantes de uma banda de punk rock em São Bento do Sul, no Norte de Santa Catarina. Um dos ajudantes dos músicos está entre os agredidos. Ele teve uma orelha quase arrancada por um golpe de machadinha, como mostrou o Bom Dia Santa Catarina.
O rapaz levou vários pontos no rosto e ainda está com curativos. “Eu passei a noite no hospital, fiquei internado. Tive muita dor, foi uma sensação horrível, fiquei com medo de ter sequelas”, afirmou o auxiliar que preferiu não ter o nome e o rosto divulgados.
Agredidos ao descerem da van
A banda Poluição Sonora, de Joinville, faria um show às 16h em um festival de punk que aconteceria em um bar no Centro de São Bento do Sul. Ao descer da van, por volta das 15h, os músicos foram atacados pelos homens armados com facas, machadinhas e martelo.
A Polícia Militar afirmou que os artistas foram feridos na face, cabeça e pescoço. O vocalista teve um corte no rosto e na mão direta. Outro músico ficou com o olho direito roxo e levou quatro pontos na cabeça.
O delegado Odair Sobreira, responsável pelas investigações, encaminhou para perícia na terça-feira (14) as armas apreendidas com os suspeitos. As testemunhas do crime devem ser ouvidas nos próximos dias.
Aversão a minorias
Os quatro suspeitos podem ser indiciados por lesão corporal grave, associação armada, racismo e rixa. Dois deles têm tatuagens com a suástica, o símbolo do nazismo. “Os adeptos do punk pregam a igualdade, o que não é aceito pelos chamados ‘skinheads’, que têm aversão a minorias”, explicou o delegado Sobreira.
De acordo com o auxiliar da Poluição Sonora, a banda segue com os shows que estão marcados e vai continuar com a mensagem de igualdade e união.
“Percebemos que eles [os suspeitos] ostentavam um orgulho pela ideia que defendiam e fizeram disso motivo das agressões”, disse o delegado.
Suspeitos moram em outros estados
Conforme os policiais, os suspeitos moram nas cidades de Agudo do Sul e Curitiba, no Paraná, e São Paulo e foram até São Bento do Sul para praticar o ataque. A PM afirmou que, em Santa Catarina, eles não tinham antecedentes criminais. Ao serem presos, preferiram se manter em silêncio.
Depois que a Justiça decretou a prisão preventiva, os suspeitos foram encaminhados para o presídio de Mafra, também no Norte do estado, onde devem permanecer até o fim das investigações. A previsão é de que o inquérito seja concluído pela polícia em até 10 dias, quando será encaminhado ao Ministério Público.
Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/noticia.php?id=13711819
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