No dia 12 de fevereiro de 1541 foi fundada a cidade de Santiago, em nome do rei da Espanha, de Deus e da igreja católica. Com este processo dá-se o início da colonização nesta parte da América, mediante a imposição terrorífica de um credo, de massacre, de expulsão e do submetimento violento dos habitantes destas terras. Assim mesmo, no dia 12 de fevereiro de 1818 foi declarado o estado nação do $hile: a guerra pelo poder foi ganha pelo bando independentista da “aristocracia criola”.
Novamente, se instalava um estado através do poder militar: aquele que não duvidou em aplicar com genocídios e matanças a todo o gesto de insurreição, ao largo da história. Esta data, como tantas outras, representa a devastação e a morte; a violência e a instalação prepotente de símbolos, que não queremos passar por alto. No entanto, cuspimos sobre eles, pois são representantes fieis da cultura autoritária na qual se fomenta a perpetuidade do domínio, da política e do extrativismo.
O próprio desenvolvimento do capital e suas restruturações, mostra-nos que os poderes geram novas formas de domínio. Hoje em dia o projeto IIRSA (Iniciativa de Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana) está se estabelecendo em todas as zonas da América do Sul, como plano de expansão de redes de exploração sobre a natureza; e na gentrificaçäo, – que é o deslocamento forçado das populações mais pobres frente à pressão imposta pelo fluxo de mercadoria; um efeito de criar novas maneiras de ganância e controle através do reordenamento neocolonial, a instalação de novas redes de sentido que se impõem violentamente às pré-existentes. Em suma, IIRSA e gentrificaçäo, são uma amostra da novas maneiras de controle que se instauraram e que são cúmplices desde símbolo autoritário denominado pátria, constituinte central da propagando do estado. Hoje em dia esta “pátria”, projeto de um 12 de fevereiro, gera esbirros fanáticos, que se manifestam em xenofobia num assentamento para a violência estatal.
Necessitamos de nos reconhecer e aprofundar os nossos vínculos de afinidade para atacar toda a forma autoritária e o seu desejo de controlar tudo. Sabemos que diversas iniciativas e propostas são levantadas devido à nossa posição e entragam-se para atuar nas diversas latitudes do território que pretendem governar os Estados e os seus mercenários. A partir destas breves linhas, queremos apelar a um convite para um encontro anárquico contra o avanço da devastação a realizar-se no dia 12 de fevereiro: partilhar e intercambiar diferentes formas de manifestação da propagação de ideias e práticas anárquicas . Junto com isto, criar debates em relação ao que nos afeta e onde nos situamos nas novas condições de poder: tanto na resistência, como na ofens iva. Queremos proporcionar neste encontro em espaço livre de fumo, álcool, drogas, machismo, especismo e toda conduta autoritária… ao mesmo tempo que resulta ser uma instância fundada no respeito, na escuta, na fraternidade e na interação entre todos. A necessidade de gerar melhores modos de comunicação e aprofundar aspectos da guerra contra o poder, sempre é fundamental para propagar e estender a luta pela anarquia.
Saúde e Anarquia
encuentroanarquicovalparaiso.wordpress.com
Tradução > Joana Caetano
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