Neste comunicado publicamos um texto da Assembleia aberta de habitantes de Petrálona, Thissio e Kukaki sobre os planos das autoridades locais e do capital de meter a mão de novo na colina de Filopapo, em frente à Acropólis de Atenas. O texto foi ao mesmo tempo um chamado à luta contra esses planos.
Não cederemos nem um centímetro da colina de Filopapo
A histórica colina de Filopapo é um pequeno ecossistema, um oásis no centro de Atenas que para nós que vivemos e trabalhamos neste bairro, assim como para todos os que visitam diariamente para escapar, ainda que seja um pouco, ao ambiente asfixiante desta urbe de concreto, é um presente único da natureza, um legado cultural para as próximas gerações, que devemos manter vivo com todas as nossas forças.
Desde novembro de 2002 os habitantes de nosso bairro estão constantemente em luta para manter o acesso à colina livre para todos, e manter a colina sem nenhum tipo de exploração comercial. Com assembleias populares massivas, sem hierarquias, sem mediadores e contra as instituições, conseguiu-se manter o acesso livre à colina Filopapo, impedindo que seja cercada, sua conversão em um recinto arqueológico de acesso restrito (pagando bilhete para entrar), a circulação de ve& iacute;culos na colina, e mantendo a vegetação da colina e seu entorno plantando arbustos e árvores.
Não obstante, parece que o Estado e seus governos de turno, em colaboração com vários empresários e capitalistas, almejando lucrar e ter o Poder em suas mãos, continuam tendo como objetivo a exploração comercial de todo tipo da colina Filopapo. No marco desta lógica está integrado o assunto bem conhecido que concerne a área do restaurante Dionísio. É um negócio montado há décadas, com a tomada (ocupação) de meio hectare das 1,3 que haviam sido expropriadas pelo município de Atenas e haviam sido classificadas como “praça e bosqu e”. Agora o Estado está tratando de legalizar e estender esta ocupação ilegal, a qual tem sido consolidada por todos os governos e todas as autoridades municipais em colaboração com o Capital, desde 1958. Desde então o município de Atenas constantemente “se esquece” de completar a tramitação da transferência desta área ao município, ou seja, dos 1,3 hectares da colina que ele mesmo havia expropriado. O organismo nacional de turismo se aproveitava do regime de propriedade não claro e monta o negócio do restaurante Dionísio. Em 1961 lhe transfere a exploração do negócio a Zonars. Esta empresa, sendo a possuidora desta área de meio hectare de superfície antes, durante e depois da ditadura e até a data, se estendeu de& nbsp;1996 a 2004, apropriando-se de uma superfície de outros 600 metros quadrados. O ministério de Cultura faz vista grossa quando Zonars constrói edifícios, inclusive dentro do recinto arqueológico. Em contrapartida, desde 2002 está tratando de cercar o recinto (a &aac ute;rea), de instalar postos de guarda e impor um bilhete de entrada, assim que não tenham acesso livre os vizinhos (os habitantes da área) e os transeuntes. Hoje, dentro das condições impostas pelo terceiro memorandum e pela intensificação da exploração, da opressão e do controle, o Estado com o pretexto da crise tenta de novo proceder à exploração comercial da zona. Esforça-se por integrar dita área à jurisdição do chamado “Fundo para o Uso Efic az (Adequado) da Propriedade Pública”, a fim de entregá-lo aos interesses do Capital privado, algo que não poderia fazer se o município de Atenas declarasse esta área das 1,3 hectares como propriedade sua no cadastro imobiliário.
A venda de Filopapo posta em marcha recentemente é somente uma parte de seu plano de converter uma grande parte do centro histórico de Atenas em uma zona de diversão imensa e incontrolável, em prejuízo dos espaços livres e da urbanização. Desta vez isto se realiza com o pretexto do desenvolvimento turístico e econômica da zona. O mesmo aconteceu em várias zonas verdes sendo um exemplo recente o parque Rouf, que está se convertendo em um estacionamento para as discotecas do bairro. Sabemos muito bem que sempre o grande vencedor destes assuntos é o poder político e a conta banc ária das empreiteiras e dos empresários, que estão interessados somente no lucro, desinteressando-se totalmente de tudo o que há ao seu redor. Também sabemos muito bem que a ostensiva contra os espa& ccedil;os públicos livres com o fim de sua mercantilização faz parte do esmagamento realizado pela Soberania de cada faceta de nossa cotidianidade.
Eles também devem saber bem que uma vez mais seus planos desastrosos se enfrentarão às pessoas que levam quinze anos lutando contra a obsolescência, o cercamento, o concreto e o saque (ocupação) da colina. Não cedemos nem um centímetro da colina de Filopapo.
A colina não pertence nem ao Ministério de Cultura e o Eforado de Arqueologia nem à Igreja, nem aos empresários, nem a autoridade municipal, assim que todos eles podem pechinchar. Pertence aos que apreciam sua história e respeitam seu meio ambiente. Aos que resistem ao saque da natureza e defendem todos os espaços nos quais vivem, trabalham e têm atividade. Aos que reivindicam uma vida decente.
Seguimos a luta para manter livre e viva a colina de Filopapo. Chamamos a uma assembleia pela colina de Filopapo, domingo 12 de fevereiro, às 20hs, na entrada do adoquim de Lumpardiaris.
Assembleia aberta de habitantes de Petrálona, Thissio e Kukaki
O texto em castelhano:
http://verba-volant.info/es/atenas-movilizacion-contra-la-mercantilizacion-de-la-colina-de-filopapo/
Tradução > KaliMar
agência de notícias anarquistas-ana
Regato tranqüilo:
uma libélula chega
e mergulha os pés.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!