A Ilusão da ‘Moralização’ do Sistema

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Não será mera coincidência que, logo após a grande onda de protestos de Junho de 2013, em que o tom geral das manifestações foi o da crítica generalizada contra a maioria das instituições políticas, o show da ‘limpeza moralizadora’ tenha sido incrementado.

Quem não se ilude com ‘a natureza’ intrinsecamente cruel do sistema, sabe que, a bandeira liberal da ‘luta anti corrupção’, além de ser ‘utópica’ ante os imperativos dos jogos de poder próprios ao Estado e ao mercado – só para ficar neste exemplo, a Suíça, país geralmente apontado como ‘modelo’ de sociedade capitalista onde as instituições ‘democráticas’ são ‘confiáveis’, há tempos que já havia inventado o modelo de ‘propina lícita’, segundo o qual os conglomerados econômicos retribuem os favores dos governantes pela forma de ‘bolsas palestra’ pós mandato, tal como se descobriu ser o caso de certos acordos escusos da empreiteira Odebrecht com o (ex) Presidente Lula, no Brasil -, ainda por cima (a bandeira da ‘luta anti corrupção’) também se presta perfeitamente para exercer o efeito de encobrir os crimes mais graves do Estado/Capital – pelo levantamento da cortina de fumaça dos ‘crimes contra os interesses da nação’ -, crimes estes (assim encobertos) tais como a escravização sexual de crianças e adolescentes para saciarem e pacificarem os grandes contingentes civis e militares de mão de obra empregados em mega obras contratadas para a estruturação de mega eventos e reconstruções de países destruídos pelo altamente lucrativo negócio da guerra (tal como aconteceu na mega obra da Hidrelétrica de Belo Monte e na reconstrução da Chechênia, só para ficar nestes exemplos), e o uso de mão de obra semi escrava de imigrantes domésticos e internacionais – em situação de fragilidade social – para o trabalho em mega obras dos tipos já citados (tal como aconteceu também na mega obra da Hidrelétrica de Belo Monte e tal como acontece em muitas mega obras internacionais de reconstruções de países devastados por guerras e/ou ‘catástrofes naturais’).

Ou seja, encobre-se crimes contra a humanidade, pela tática de ‘elucidar-se’ ‘crimes contra a nação’ e, de quebra, ainda por cima se renova as ilusões dos povos na ilusória possibilidade da ‘moralização’ e ‘renovação’ do sistema.

“Vão-se os anéis, e fiquem os dedos”.

Nenhuma ‘renovação’ do sistema irá ‘moralizá-lo’: enquanto houver Estado/Capital haverá, por força dos próprios jogos de poder que estes engendram, mais do que corrupção, crimes contra a humanidade (sempre deixados ‘embaixo do tapete’ por parte dos poderes judiciários ‘moralizadores’ da política).

Ingênua é quem acredita que uma máquina de produzir dominação e exploração pode ser transformada em um mecanismo de ‘humanização’ e ‘moralização’ dos povos.

E olha que nem sequer se tocou aqui na questão ambiental.

P.S: Alguém por acaso já viu alguma imagem dos ‘presos’ da Lava Jato dentro das suas celas…?

‘Mistério’.

Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira

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