Hoje, 25 de abril, para celebrar a vida e luta de Mumia Abu-Jamal e exigir a sua liberdade imediata no seu 63º aniversário, estará sendo lançado no Café Rizoma, no DF, o disco “Dub Free Mumia – Dubz from Death Row”, produzido por Green Beats Netlabel, Coletivo DubFreeMumia e Rádio Zapote. Reproduzimos a seguir a apresentação do disco, feita pelo grupo “Amig@s de Mumia no México”, também um dos organizadores do event o na capital mexicana.
“Sobre os textos 2003 – 2013
Ao ritmo do reggae dub, escutamos a voz de Mumia Abu-Jamal neste insólito disco que seguramente levará sua mensagem muito longe. Sonhos. Ilusões. Poder. Império. Realidade. Liberdade. Em uma primeira versão de cada peça, Mumia lê um ensaio seu sobre a história, a política ou a música. E em uma segunda ou terceira versão, há fragmentos de sua voz – ecos ou reverberações de uma palavra chave, ou uma pura interpretação instrumental. Se queremos ler suas palavras, aqui també m encontramos as versões impressas dos oito textos em inglês e espanhol escritos entre 2003 e 2013 – cinco deles quando Mumia ainda estava no corredor da morte, e três mais depois de 2011, ao viver ameaçado de uma morte lenta com uma sentença de cadeia perpétua. Agora tem enfrent ado outra ameaça de morte devido a que as autoridades das prisões da Pensilvânia lhe negaram tratamento para a Hepatite C que padece. Tardaram tanto em dar-lhe o tratamento que ele desenvolveu cirrose do fígado, mas depois de uma forte luta nos tribunais e nas ruas, Mumia agora está recebendo os medicamentos capazes de curar a hepatite C.
Nestes textos, conhecemos a perspectiva de Mumia sobre vários temas. Sabem por quê diz que a história da África é a história da humanidade? É certo que há medo e ódio aos migrantes mexicanos nos Estados Unidos porque muitas pessoas vêem o México como uma nação “não-branca”? É correto dizer que a política “busca criar a ilusão de mudança sem mudar as relações essenciais do poder”? Sabem como os bancos conseguiram desalojar a mai s de 10 milhões de estadunidenses de suas casas, suas poupanças e seus sonhos? Estes ensaios nos põem a refletir e atuar.
Em 2003, o jornalista descreve a maneira na qual o Império Estadunidense usa a força bruta para manter seu poder global, destacando que “Há uma profunda contradição no centro da vida política estadunidense: a pretensão de ser uma democracia e a amarga luta para negá-la a quase todos os demais no mundo todo em nome de ‘levar a democracia’ ao mundo…”.
Ao ver de longe a primeira inauguração presidencial de Barack Obama, Mumia comenta que o que mais lhe comoveu era algo completamente inesperado: a magia da música sobre uma explanada cheia de milhões de pessoas. E em seu ensaio “Liberdade Falsa”, pergunta: É certo a percepção que “a liberdade está aqui, já que vivemos em ‘uma América post-racial”? Para que ninguém ponha suas esperanças em um só político ou nas instituições do governo, ele compara este período com a era da Reconstrução depois da Guerra Civil nos Estados Unidos. Naquela ocasião milhões de ex-escravos começaram a fazer seus sonhos realidade antes de ser atacados por terroristas brancos solapados pelos políticos uma década depois, deixando int acta a supremacia branca durante mais de um século.
Em seu ensaio “Música da alma” (2013), Mumia diz que quando os Africanos chegaram às Américas como cativos, “a música se tornou nossa ferramenta fundamental de comunicação”. Em meio da desolação da escravidão, “olhamos para dentro para criar a música de nossa alma”. Diz que diferente de qualquer outro grupo nacional ou etnia, “criamos uma nova forma de arte em quase todas as gerações, assim refletindo nossa passagem por esta sociedade”. Se refere à música de jazz interpretada por figuras icônicas como John Coltrane e Rash aan Roland Kirk como “uma expressão das alturas que alcançamos” enquanto lamenta sua comercialização assim como do hip hop. Insiste em que ‘temos que restaurar nossa alma. Há que ca ntar as canções de nosso povo e não cantar para os que nos jogam centavos envenenados’”.
Tradução > Sol de Abril
Conteúdos relacionados:
agência de notícias anarquistas-ana
Feira de orquídeas —
Minha mãe sempre falava
Das cores do mundo
Tony Marques
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!