Amir Taaki: Um anarquista da Bitcoin que viajou para a Síria para lutar contra o ISIS

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Por Javier Bastardo

Um dos casos mais particulares do mundo das criptomoedas e tecnologia blockchain é o de um empresário promissor e entusiasta deste ecossistema, que decidiu levar seus ideais para além da rede, defendendo os curdos na Síria contra o Estado Islâmico.

Seu nome é Amir Taaki, um conhecido desenvolvedor do protocolo Bitcoin, que viajou à Síria em 2016, a fim de ajudar um grupo de curdos em Rojava, uma província onde os líderes propõem uma nova forma de governo, que vai mais além das diferenças com o ISIS, e propõe uma nova fo rma de organização que opera os valores que deram origem à Bitcoin.

Taaki tornou-se reconhecido pela Forbes como um dos mais influentes jovens personagens do mundo tecnológico, mas preferiu deixar esse caminho para apoiar as Unidades de Proteção do Povo Curdo (conhecidas como YPG), que levantam a necessidade de uma sociedade com maiores valores sociais, para propor um “confederalismo democrático”.

O inglês permaneceu no front de batalha por cerca de 4 meses de um total de 15 meses que esteve no Oriente Médio, onde chegou não só pela sua rejeição ao Exército Islâmico, mas pela “revolução” que tentam realizar em Rojava, sua política e sua luta.

No entanto, depois de experimentar a primeira linha de batalha, Taaki entendeu que a melhor maneira de apoiar o povo da região era usando suas verdadeiras habilidades.

E depois de uma aproximação com o Comitê Econômico de Rojava, ele conseguiu ajudá-los a realizar vários projetos, incluindo uma campanha de crowdfunding para construir centrais produtoras de fertilizantes para a agricultura local.

Além disso, de acordo com o desenvolvedor, o projeto político dos curdos no Curdistão sírio tem nas criptomoedas uma chave extremamente poderosa, pois as políticas descentralizadas e o empoderamento político requerem “dinheiro descentralizado”, algo que a Bitcoin pode oferecer.

Problemas com a lei

No entanto, a viagem de Taaki não tem sido fácil. O Reino Unido pediu publicamente aos seus cidadãos para não viajarem para a Síria, por qualquer razão, e aqueles que negligenciam as ordens britânicas são profundamente investigados; o criptoanarquista de 29 anos não escapou disso.

Na verdade, no momento de chegada em seu país confiscaram todos os seus equipamentos, foi retido, com base na lei antiterrorismo do Reino Unido, embora Taaki reiterasse que não apoia o terrorismo, e seu único propósito de viajar para a Síria era colaborar com a YPG na construção de seu próprio sistema político e econômico, em consonância com a sua militância no ecossistema bitcoiner.

O governo da nação europeia tem se mostrado taxativo na condenação de atividades terroristas, e embora a YPG não esteja entre os grupos identificados por suas agências de segurança, a proximidade do governo britânico com o governo turco, reconhecido por suas diferenças com os curdos, os obriga a investigar estas viagens de seus cidadãos.

Segundo as autoridades, estes inquéritos são feitos para garantir que os cidadãos, como Taaki, não cometeram crimes durante a sua participação em conflitos como os desenvolvidos na Síria ou no Iraque, e para ver que não são perigosos para o bem-estar nacional. E mesmo que os cidadãos desse país, e de outros países como os Estados Unidos, Canadá ou Portugal tenham se juntado à luta contra o Estado islâmico, Taaki permanece em liberdade sob fiança perante a le i.

No entanto, o criptoanarquista de dupla nacionalidade – inglesa e iraniana – disse que vai continuar a apoiar as mudanças sociais promovidas pelo povo curdo desde sua trincheira, isso é, a economia descentralizada e as criptomoedas.

Fonte: https://criptonoticias.com/sucesos/amir-taaki-anarquista-bitcoin-viajo-siria-luchar-contra-isis/#ixzz4itni07yw

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Da janela do ônibus,
por entre fendas de casas:
um brilhante rio

Thiago de Melo Barbosa