Por submedia.tv – 9 de junho de 2017
Vivemos em tempos preocupantes. A eleição de Donald Trump não só retrata o estado atual da política norte-americana, mas sinal de uma mudança em curso ao longo do mundo Ocidental. Na Europa, partidos de extrema-direita e partidos nacionalistas conseguem vitórias eleitorais não vistas desde a Segunda Guerra mundial, e ainda que o Canadá possua a sua própria história específica de movimentos reacionários, a extrema-direita tem sido fortalecida aqui pelos acontecimentos ao sul da fronteira; os racist as aumentam suas atividades públicas, e há tentativas em marcha para acrescentar os movimentos nacionalistas brancos e os grupos de extrema-direita a nível popular. A propaganda nas ruas contra os refugiados e contra os imigrantes é cada vez mais comum, e os casos de violência islamofóbica intensificam-se — destacando o tiroteio de janeiro numa mesquita da cidade de Quebec.
Nos Estados Unidos, a eleição de Donald Trump foi o grande catalisador para a extrema-direita. Sua campanha encontrou partidários em todos os fiéis do KKK, em movimentos de milícia armados, em gangues de rua neo-nazis. O Nacionalismo branco tem visto o seu maior crescimento em décadas, e agora inclui um montão de caras novas, incluindo hipsters, ativistas dos “Direitos Masculinos”, grupos universitários e trolls de Internet. O mais notável desta cloaca são os fascistas da chamada “Alt-Right¹”, cuja influência entra agora diretamente na Casa Branca, por via do conselheiro mais próximo de Trump, Steve Bannon. A campanha de Trump e suas consequências têm derivado numa explosão de atividade destes grupos – os delitos de ódio subiram como um foguete e os confrontos com antifascistas se fizeram cada vez mais violentos.
Como temos chegado até aqui? Por que se abriu caminho a extrema-direita neste tempo? Como podemos entender a história, a política e as práticas da extrema-direita, e em que se parece nos Estados Unidos a Presidência e às ruas? E o que as pessoas estão fazendo para resistir?
Como parte de uma série de conferências por diversas cidades canadenses, como em Ontário e Quebec, o doutorando e investigador antifascista norte-americano Spencer Sunshine (spencersunshine.com), respondeu a estas e outras questões. Sunshine é o autor principal do relatório “Up in Arms: A Guide to Oregon’s Patriot Movement” e os seus artigos de opinião sobre organizações da extrema-direita, desde milícias até fascistas pouco ortodoxos, apareceram em Truthout, Colorlines, The Progressive e Public Eye.
Clique aqui para ouvir a entrevista: https://sub.media/video/antifascism-in-the-usa/
[1] A direita alternativa (Alt-Right em inglês) é um conjunto de ideologias de direita de origem norte-americana que recusa os conservadores que têm assumido ideais considerados como progressistas, possuindo grande atividade na internet. A maioria dos membros desta ideologia são descritos como jovens, anti-establishment, com grande capacidade de ativismo na internet e sem hierarquia nem líderes. A coluna vertebral do movimento é a oposição à correção política, o multiculturalismo e a imigração.
Tradução > Biel Rothaar
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Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!