Por Javier Hernando
A gravidade e a duração da crise econômica tem nos revelado incontáveis exemplos de empresas e fábricas arrastadas para a falência por falta de liquidez e de expectativas econômicas. Ante as dramáticas consequências econômicas e sociais para os trabalhadores, já são vários os casos na Europa em que os trabalhadores decidem tomar o controle das empresas onde trabalham e lutar para seguir em frente como alternativa ao espanto dos patrões.
Este é o caso de uma fábrica grega de produtos químicos para a construção, Vio.Me. Apresentamos-te a incrível história de como seus trabalhadores tomaram o controle e a retiraram do fundo do poço, revolucionando completamente sua estrutura organizativa e o seu modelo de produção.
Em 2011, ponto alto da crise grega, as contas não andavam para os donos da empresa. A economia tinha colapsado, apenas havia dinheiro em circulação e a confiança nos bancos era nula. Como tantas outras, Vio.Me foi à falência, deixando dezenas de famílias na rua e com negras perspectivas, ante o choque da direção. Ante esta situação, uma parte dos trabalhadores decidiu ocupar a fábrica, reorganizá-la e formar uma cooperativa. E assim o fizeram.
Tinham claro que o sistema capitalista lhes tinha falhado, que estavam numa posição muito vulnerável e que se queriam salvar a fábrica tinham que se envolver e reformular a sua organização.
E decidiram que não haveria chefes
Em Vio.Me não há nenhuma hierarquia, os trabalhos são rotativos (incluindo limpar os banheiros) e todos os trabalhadores tem o mesmo salário. Tudo isto, desde logo, os torna especiais na sua maneira de funcionar. Nas palavras de um dos trabalhadores: “Todos estamos unidos. Esquecemos o conceito de “eu” e podemos funcionar coletivamente como ‘nós'”.
A sua luta continua firme, onde todas as noites fica um trabalhador ou trabalhadora a vigiar no caso de vir a polícia. Mas a sua maneira de proceder ganhou muitos apoios, tanto comerciais como solidários, por isso os trabalhadores são otimistas.
O espírito de colaboração dos trabalhadores ultrapassa as paredes da fábrica. Colaboram em diversos projetos locais em Tessalônica e deram abrigo a médicos para atender refugiados e vizinhos, já que o estado grego era incapaz de providenciar esse espaço. Fazem parte de uma comunidade local que foi estreitando laços durante a crise graças ao apoio mútuo que foi prestado.
A história da Vio.Me é valiosa e inspiradora. Lembra-nos que é possível outra forma de organização política e econômica.
Fonte: https://muhimu.es/comunidad/ viome-trabajadores-griegos- salvado-empresa
Tradução > Rosa e Canela
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Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!