Depois da parada de verão, a FAL [Fundação de Estudos Libertários Anselmo Lorenzo] retoma sua atividade pública com a inauguração neste sábado 23 de setembro (12 horas), da exposição “Estampas da Revolução Espanhola, 19 de julho de 1936” que nos mostra o conjunto de aquarelas pintadas por José Luis Rey Vila “SIM” durante os primeiros dias da revolução em Barcelona.
Igualmente aproveitaremos para celebrar a abertura ao público da Biblioteca de nossa sede da rua Peñuelas 41. Um serviço fundamental de mais de 100 metros quadrados nos quais alberga cerca de 30.000 livros relacionados com o movimento libertário. Esta biblioteca especializada conta com uma coleção atual de uns 6.000 livros disponíveis para a consulta e quatro postos de leitura mais outros dois para consulta de catálogos e obras audiovisuais, que a partir do próximo sábado poderá ser visitada para o fomento e estudo da história libertária e do movimento obreiro em geral.
Para completar o ato, Miguel Ángel Pradera nos oferecerá uma conferência sobre a importância das Bibliotecas no Movimento Libertário.
Os esperamos!
ESTAMPAS DA REVOLUÇÃO ESPANHOLA, 19 DE JULHO DE 1936
A exposição nos remete a um período muito concreto de nossa história contemporânea, o 19 de julho de 1936, o dia em que o povo de Barcelona se põe nas ruas para deter a insurreição fascista. Como antifascista que é, José Luis Rey Vila, desenhista no geral e de cartazes e, conhecido com o pseudônimo de SIM, também está nas ruas, toma notas, apontamentos, esboça (igualmente o fizeram, em outro suporte e com outras ferramentas, Robert Capa e Gerda Taro), ele e eles recolhem, mediante imagens, o dia a dia, o instante, o momento heroico do povo fazendo frente à insurreição e o fazem dando presença ao companheiro ou companheira anônimo e anônima que foram protagonistas daqueles acontecimentos.
Rey Vila nos presenteia “este grupo de cenas e situações da Revolução Espanhola”. Cenas da luta nas ruas de Barcelona contra as forças militares que saem de seus quarteis. São os primeiros dias, o primeiro dia do que depois se chamou Guerra Civil, mas que para grande parte do mundo obreiro era, o começo de um mundo novo, sem opressores e em liberdade: “Este álbum é essência artística pura de um grandioso movimento de massas. Movimento emancipador de uma classe”.
Em seu formato original, cada imagem vem acompanhada de um texto complementar, não sabemos se do próprio SIM, que está traduzido ao francês e ao inglês, o que denota uma intenção clara de que o trabalho transpasse nossas fronteiras: “(…) em ânsia fervente de divulgar ao mundo a grande epopeia do proletariado ibérico (…)”.
A narração está realizada com marcado sentido épico, talvez reiterativo, mas válido para o contexto no qual nos encontramos e a intenção informativa que o caderno tem. Mas também nos apresenta com outra intenção, mostrar a outra cara da revolução, a cara da esperança e da ilusão que no prólogo do álbum se descreve assim: “A revolução também tem cores. Também tem alegria, caras risonhas, vida, juventude. Por isso triunfa”.
Foram a Confederação Nacional do Trabalho e a Federação Anarquista Ibérica, em seu momento, quem através de seus escritórios de propaganda editaram, em forma de caderno, de álbum, o trabalho de SIM. E assim, depois dos anos, chega, por casualidade um amigo os descobre e nos oferece a oportunidade de resgatar, quase do esquecimento, a este artista e seu trabalho e de reviver esses momentos de esperança. E é pelo interesse de uma companheira da FAL e do resto de companheiros que saem da gaveta estas estampas, completas, que agora nos são oferecidas.
Nós que pusemos o empenho de colocar adiante esta empresa brindamos agora a possibilidade de ver e apreciar o trabalho de SIM. Está realizado em um formato distinto do original, mas baseado, a todo momento, no respeito máximo à qualidade, valor artístico e documental que indubitavelmente tem esta reportagem gráfica original.
Saúde e Liberdade
Fonte: http://fal.cnt.es/blog/es/node/36928
Tradução > Sol de Abril
Conteúdo relacionado:
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2016/11/15/espanha-fal-reabre-suas-portas-em-madrid/
agência de notícias anarquistas-ana
depois de horas
nenhum instante
como agora
Alexandre Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!