No próximo dia 30 de Setembro, o Movimento de Resistência Nórdica (MRN) tentará marchar pelas ruas de Gotemburgo. A sua marcha está marcada para o mesmo horário da maior feira de livros dos países nórdicos, que atrai cerca de 100.000 participantes. Este é um chamado para a participação nórdica nos protestos antifascistas e também na feira de livros de esquerda radical durante o mesmo final de semana.
O MRN é uma organização formada por assassinos neonazistas e assaltantes de bancos da década de 90. Apesar da tentativa de irem para o “mainstream”, permanecem orgulhosos da tradição de serem assassinos Hitleristas. Hoje eles são o maior e, na prática, a única organização espalhada por toda a Suécia, com ramificações na Noruega e na Finlândia. Os membros do MRN assassinaram diversas pessoas ao longo dos últimos anos, atacam rotineiramente espaços e manifestações com orientações de esquerda. Recentemente, em Gotemburgo, dois de seus membros foram sentenciados a, respectivamente, oito (8) e cinco (5) anos de prisão por atacarem com explosivos asilos e a livraria de esquerda radical “Syndikalistiskt Forum”.
Nos países nórdicos onde o MRN ainda não se faz presente, tentam se estabelecer (como na Dinamarca), ou ampliar a sua base já existente (como na Noruega e na Finlândia). Portanto, o MRN é um problema para todos aqueles que vivem nos países nórdicos. E, ao mesmo tempo, ele não é uma aberração, é tão somente a ponta do iceberg de um desenvolvimento fascista nas sociedades nórdicas, conectados com um movimento reacionário e contrarrevolucionário que se espalha pelo globo terrestre, desde os EUA até a Turquia. O capitalismo e o patriarcado permanecem em crise e nós devemos enxergar tais organizações contrarrevolucionárias como tentativas de consolidar o seu poder sobre a classe trabalhadora, a população LGBTQIA+, minorias raciais, imigrantes e todos aqueles que discordam de sua política.
Está claro que existe uma divisão fascista do trabalho: nazistas matam e cometem incêndios; enquanto políticos racistas, em partidos como o Sverigedemokraterna (Democratas da Suécia), o Perussuomalaiset (Partido dos Verdadeiros Finlandeses), o Fremskrittspartiet (Partido Progressista, da Noruega) e o Dansk Folkeparti (Partido Popular Dinamarquês), promovem discursos racistas e guerreiros virtuais para incitar o ódio. Nesses tempos de internacionalismo fascista, devemos contra-atacar com a nossa própria solidariedade internacional e combate-lo em todos os países e em todas as formas que apareça. Essa é, portanto, a razão que estamos chamando para uma mobilização internacional e internacionalista para Gotemburgo se levantar contra os nazistas. Ônibus que irão sair de várias cidades e países já estão planejados, mas nós precisamos de você!
Os fascistas conseguiram instrumentalizar o termo liberdade de expressão, uma definição liberal por si mesmo, e agora estão querendo expandir os seus limites. Onde partidos racistas, outrora execrados nas sociedades nórdicas, conseguiram criar um espaço que confundiu os liberais, não familiarizados com os seus próprios termos, e usar contra eles mesmos. O grande debate entre o público sueco a respeito da feira de livro, que aceitou núcleos de publicação nazista, é somente um exemplo do MRN tentando obter o máximo de publicidade possível. Isso evidencia o quão falido politicamente o liberalismo está. Nós nos opomos ao fascismo porque eles são uma ameaça para a nossa organização de classe, para os nossos espaços (como a situação de Gotemburgo demonstra) e também para as nossas vidas (como o terrível assassinato em Helsinque e conforme mostrado recentemente em Charlottesville). Nós vamos às ruas não apenas para combater o fascismo, mas para também desmascarar as contradições da ideologia liberal capitalista.
A marcha em Gotemburgo é o resultado de uma presença do fascismo nas ruas, que cresce visivelmente a cada dia que passa. Se não virarmos o jogo nessas mobilizações, a história nos ensina que as coisas irão apenas piorar. Naturalmente, isso está relacionado a outras práticas, tais como as lutas feministas, dos imigrantes, antirracista, militância no local de trabalho, ativismo em centros sociais etc. Nós não lutamos contra o racismo para resguardar a democracia burguesa, mas sim como parte de uma luta revolucionária para sociedades sem classe, sem nações e sem fronteiras – uma sociedade livre do patriarcado e do racismo.
Todos à Gotemburgo! Esmague o fascismo, destrua o capitalismo!
The Autonomous Revolutionary Nordic Alliance – ARNA (A Aliança Autônoma Revolucionária Nórdica).
Tradução > VizualWatcher
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