25 de outubro, à noite. Dezenas de granadas e balas de borracha são atiradas em alguns punhados de manifestantes em Sivens. Rémi Fraisse, 21 anos, morre. Os socialistas no poder prendem a sua respiração. Eles antecipam já a onda de choque que produzirá necessariamente o evento. Pela primeira vez desde 1986, a polícia mata um manifestante na França. É histórico.
Entretanto, nos dias seguintes, somos muito poucos na rua. Alguns milhares em Rennes, Toulouse ou Nantes. Ainda menos em outras cidades. A esquerda sindical e associativa está literalmente ausente, silenciosa, invisível. Os dispositivos policiais estão fora do comum. Várias cidades estão ocupadas, vários sábados de tropas perfiladas, por centenas de uniformes, apoiados por helicópteros. As raras manifestações que se improvisam são, de fato, proibidas. O Estado decide afirmar seu poder. Ele manifesta sua força, esmagante. Em Nantes, a polícia ataca os manifestantes com uma selvageria sem precedente, que em seguida se generaliza, com instauração de estado de urgência.
Os tempos onde os governos davam meia volta quando tinham sangue nas mãos se foram: hoje, eles atacam.
Rémi morreu há três anos. Sua família espera justiça das autoridades de Toulouse. Desde então, a situação se agravou consideravelmente.
Hoje, um governo francês não tem mais medo de assassinar em uma manifestação.
Nantes Révoltée
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