Neste iconoclasta folheto, Mike Davis explora a genealogia da mudança climática antropogênica, reconhecendo seu vestígio desde a Grécia antiga até a desastrosa seca de 2007-2010 na Síria.
A desertificação, o desmatamento, o colonialismo europeu e a agricultura extensiva mudaram profundamente os climas “locais” alterando seus ciclos. Não obstante, foi o “descobrimento”, no princípio do século XX, de uma suposta civilização agonizante em Marte o que desviou o interesse sobre a teoria da desertificação progressiva dos interiores continentais.
Proposta originalmente pelo geógrafo anarquista Kropotkin em 1874, sua hipótese foi esquecida durante a década de 1940 devido à chegada da meteorologia dinâmica. Assim mesmo, a ciência patológica e sua grande confusão entre coincidência, correlação e causalidade geraram entre os climatólogos “um novo consenso disciplinar” que justificava olhar para o outro lado.
“El desierto que viene” nos lembra que o progressivo aquecimento global e a aridificação do interior da Ásia, desde finais do século XIX, preludiam a mais que previsível expansão dos desertos para o norte. Depois de tudo, parece que o antropoceno pode reivindicar Kropotkin.
Mike Davis (Fontana, 1946) Sociólogo estadunidense, teórico e historiador urbano, cresceu em Bostonia, uma aldeia agora desaparecida à leste de San Diego. Antes de desenvolver sua atividade política e intelectual, trabalhou em matadouros e como caminhoneiro. Na atualidade, é professor de teoria urbana no Instituto de Arquitetura do Sul da Califórnia e membro do comitê de redação do New Left Review e Sin Permiso, entre outras publicações. Também é considerado precursor do pensamento ciberpunk. Entre seus ensaios se destacam Control urbano: la ecología del miedo. Más allá de Blade Runner (2001), Ciudades Muertas (2002), Ciudad de cuarzo (2003), El monstruo llama a nuestra puerta (2006), El coche de Buda (2007), Urbanismo mágico (2012) e Planeta de ciudades miseria (2014).
El desierto que viene. La ecología de Kropotkin
Mike Davis
64 págs
ISBN 978-84-92559-81-7
8 Euros
agência de notícias anarquistas-ana
voltando com amigos
o mesmo caminho
é mais curto
Alice Ruiz
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!