De diferentes companheiras e amigas de Rodrigo Lanza, unidas por ideias antifascistas, queremos divulgar uma declaração pública sobre os recentes acontecimentos que levaram o nosso companheiro a entrar na prisão.
Depois de dias de bombardeio na mídia, com informações falsas e não contrastadas, com o interesse intencional de obter uma sentença pública antes da declaração das partes, hoje [14/12] finalmente encontramos a versão de Rodrigo e de outras testemunhas.
A primeira “verdade oficial” construiu uma versão que pouco se encaixa nos eventos que aconteceram na madrugada de 8 de dezembro, colocando Victor Laínez como uma vítima passiva de ódio à bandeira espanhola e Rodrigo Lanza como agressor armado, atuando com premeditação, pelas costas e em grupo.
Naquela noite, nosso companheiro defendeu sua vida contra uma agressão fascista com arma branca, ele se defendeu com seu corpo, sem usar qualquer barra de ferro ou assento de bicicleta.
Victor Laínez, é membro da extrema-direita de Aragão, relacionado tanto a neonazistas conhecidos como com a Falange Espanhola dos Jons, que o reconhecem como membro de sua organização e dizem publicamente: “Que todos saibam que, se a Falange Vasconavarra tiver que escolher entre os exemplos heroicos de Victor Lainez e Josué Estébanez, ambos estamos felizes, mas vamos optar por Josué. Antes prisão do que o cemitério. Lembremos que Joshua Estébanez de la Hija é um militar e neonazi que há dez anos matou o antifascista Carlos Palomino, de 16 anos, apunhalando-o no peito.
Nós temos evidências de sua participação em eventos violentos no passado (como no ataque realizado em conjunto com neonazis no bar “Barrio Latino” há mais de 20 anos) e de toda sua trajetória no movimento Falangista. Victor Laínez não era um “patriota bondoso”, um cidadão comum que amava seu país; ele era um fascista com uma atitude ativa e abertamente racista.
Na noite dos fatos, depois de insultar Rodrigo (sul-americano e de estética punk), dizendo-lhe “sudaka de merda, volte ao seu país”, seguiu Rodrigo e, quando saiu do bar, Victor Laínez pegou uma navalha e tentou esfaqueá-lo repetidas vezes. Desta vez sim, pelas costas mas, felizmente, Rodrigo, avisado por uma das testemunhas, virou-se e conseguiu repelir o ataque, batendo em Victor Lainez e deixando o local.
Graças a este legítimo exercício de autodefesa, Rodrigo ainda está vivo, o que estamos felizes, já que em outras ocasiões não podemos dizer o mesmo.
Precisamos lembrar o número de assassinatos políticos realizados pelos membros da extrema-direita no Estado espanhol nos últimos 30 anos, bem como o aumento atual das agressões nacionalistas. Há um conflito entre o fascismo e aqueles que lutam contra ele, que não é nada novo neste Estado ou fora dele. O surgimento da extrema-direita é uma realidade muito palpável em todo o mundo.
O clima político atual que vivemos no Estado espanhol não poderia ser mais desfavorável, devido ao conflito nacionalista pela autodeterminação da Catalunha. Este caso foi obviamente usado para interesses partidários e eleitorais com a cumplicidade da imprensa, exaltando o orgulho nacional e apontando como inimigo social o movimento okupa e os migrantes em geral.
Por outro lado, é claro que existe uma nítida intenção de aproveitar o que ocorreu politicamente para pôr em dúvida a versão da montagem policial do 4F, pela qual Rodrigo cumpriu 5 anos de prisão.
Gostaríamos de agradecer as pessoas por seu apoio e solidariedade e reiteramos que a luta por uma sociedade mais justa continua.
Liberdade para Rodrigo Lanza!
Companheiras e amigas de Rodrigo Lanza
Tradução > Liberto
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