Há ainda mais de 1,5 mil pessoas feridas. Tropas do governo sírio estão atacando a região de Ghouta desde domingo (18/02).
Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira (21/02) no distrito de Ghouta, a leste de Damasco, elevando para 310 o número de mortos pelos bombardeios que ocorrem no enclave rebelde desde a noite de domingo (18/02). Há ainda 1.550 feridos.
Os números foram divulgados pela ONG britânica Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Tropas do governo sírio estão atacando, desde domingo, um enclave rebelde próximo da capital Damasco. A área, conhecida como Ghouta Oriental, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, é considerada o último reduto do grupo rebelde. E está sob cerco do Exército sírio de Bashar al-Assad desde 2013.
Guerra
Desde 2015, quando passaram a receber ajuda da Rússia, as forças leais a Assad têm ganhado território na guerra civil, que já dura sete anos.
O enviado da ONU à Síria, Staffan de Mistura, alertou nesta semana sobre a possibilidade de Ghouta se transformar numa segunda Aleppo, cidade que foi cenário de um confronto excruciante em 2016.
Calamidade
“A situação em Ghouta é semelhante ao dia do julgamento final”, afirmou ao jornal britânico “The Guardian” o vice-diretor dos White Helmets, Mounir Mustafa. Um médico que não quis se identificar classificou o ataque como um massacre contra a população civil.
Representante do Exército do Islã, principal grupo rebelde em Ghouta, Mohammed Alloush comparou a ação do regime sírio à Alemanha nazista. “Um novo holocausto está sendo feito pelo pior regime da terra”, disse à agência de notícias Associated Press.
Ele criticou ainda a falta de ação da ONU e os governos de Rússia e Irã, que apoiam Assad.
“A situação humanitária dos civis em Ghouta Oriental é um espiral fora de controle”, disse na segunda Panos Moumtzis, coordenador dos esforços humanitários da ONU no país. “É imperativo acabar com esse sofrimento humano desnecessário imediatamente. Ataques contra civis inocentes e infraestruturas devem parar imediatamente”, afirmou ele em nota.
O Unicef, fundo das Nações Unidas para a infância, decidiu emitir um comunicado em branco para manifestar sua oposição a situação no país. “Nós não temos mais palavras para descrever o sofrimento das crianças e nossa indignação”, afirmou uma nota de rodapé ao final da nota.
Fonte: agências de notícias
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