Mulheres de todo o estado responderam ao chamado do movimento feminista e saíram ontem massivamente às ruas na primeira greve geral feminista convocada em seu eixo laboral pela CNT junto com outras organizações sindicais de classe.
Depois de uma manhã intensa de piquetes informativos em empresas e centros de trabalho, as manifestações da tarde contaram com a participação de centenas de milhares de pessoas de acordo com as estimativas mais moderadas. Os centros das grandes cidades do país ficaram pequenos para receber tanta gente nas manifestações que não se recordavam desde os tempos do 15M. Em Madrid, Barcelona, Valência, Zaragoza ou Bilbao, os centros urbanos ficaram totalmente abarrotados.
A CNT, cuja tradicional bandeira vermelha e preta foi substituída pela lilás e negra, acompanhou as manifestações de numerosas cidades em bloco com o sindicalismo combativo, fazendo realidade uma unidade de ação que já está sendo ajustada em diferentes setores e empresas.
Desde a CNT, consideramos uma conquista a convocação da primeira greve geral feminista de 24 horas, apesar do trabalho de desinformação levado a cabo por alguns meios de comunicação afins ao governo, o boicote da UGT, CCOO, ELA e LAB [“grandes” centrais sindicais da Espanha], além dos obstáculos colocados pela administração na negociação de serviços mínimos.
Na ausência de dados precisos sobre o seguimento da greve, desde a CNT acreditamos que o êxito da primeira greve feminista foi incontestável. Esperamos ter contribuído como organização com a convocatória de 24 horas de greve para a disseminação das demandas feministas e o inegável sucesso de participação nas várias mobilizações feministas realizadas durante todo o dia de ontem e que se encerrou com as históricas manifestações realizadas pela tarde em todas as cidades do país.
Por outro lado, a CNT detectou comportamentos anti-sindicais e violações do direito de greve em muitas empresas, contra as quais serão tomadas nos próximos dias as medidas legais apropriadas.
A CNT felicita neste dia o movimento feminista e convida todas as trabalhadoras e trabalhadores a continuar lutando contra o patriarcado e o capitalismo em todas as áreas e em todos os níveis. Porque nós, mulheres e homens, temos que nos opor a exploração em todas as suas formas, como a única maneira de atingir outros cuidados, outra sexualidade e outra economia que não se encaixa neste sistema hétero patriarcal injusto, caduco e agonizante que padecemos.
Mas nada acaba ontem. Hoje, 9 de março, continuaremos trabalhando com energias renovadas para que a luta pelo feminismo e a igualdade transcenda o êxito comprovado deste dia e se torne nessa necessária realidade cotidiana que, desde a fundação de nossa organização, estamos reivindicando sem descanso.
Fonte: http://cnt.es/noticias/huelga-8m-%C3%A9xito-rotundo-de-la-huelga-general-feminista-del-8-de-marzo
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