Um solicitante de asilo sírio de 26 anos se queimou em protesto na quinta-feira passada (22/03) no centro de recepção de Moria, na ilha de Lesbos, uma das ilhas gregas do Egeu Oriental.
O jovem ateou fogo ao próprio corpo às portas dos escritórios do Serviço de Asilo (EASO) no acampamento de refugiados para protestar por sua retenção durante vários meses na ilha.
Segundo a organização “Lesvos Solidarity-Pikpa”, a solicitação de asilo do jovem teria sido rechaçada pela segunda vez antes do incidente.
Ele sofreu queimaduras em várias partes do corpo e, após receber primeiros socorros, foi transladado ao hospital de Mitilene, onde confirmaram que sua vida não corre perigo.
O refugiado pegou uma garrafa de gasolina e colocou fogo no próprio corpo pouco tempo depois de uma visita à ilha do ministro de Migração grego, Dimitris Vitsas.
Atualmente, nas ilhas do Egeu Oriental, há mais de 13.000 refugiados que não podem sair delas devido à limitação geográfica imposta faz dois anos com o acordo de migração entre a União Europeia (UE) e a Turquia.
A tensão acumulada pelas condições inseguras, insalubres e de superlotação nas instalações destas ilhas, assim como a lentidão com que se resolvem as demandas de asilo, provoca frequentemente enfrentamentos e protestos.
Segundo Médicos Sem Fronteiras, organização humanitária presente em Lesbos, sua clínica de saúde mental em Mitilene está repleta de pessoas com estresse pós-traumático, que se autolesionaram ou tentaram suicidar-se.
“Estas pessoas escapam da guerra e das bombas em lugares como a Síria para encontrar mais violência e sofrimento na Europa. É vergonhoso. A UE não pode festejar isto”, disse a ONG em um comunicado por causa do aniversário do acordo [estabelecido em março de 2016].
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!