Em Buenos Aires, dezenas de pessoas participaram do ato de 1º de Maio organizado pela Federação Operária Regional Argentina (FORA), na Praça Onze. A seguir, reproduzimos um folheto lido durante o evento.
Contra a reforma trabalhista e a cumplicidade da burocracia sindical
Com a reforma trabalhista em marcha no Congresso justo antes destas datas, o Estado segue demostrando seu papel de fiador e defensor dos interesses patronais. A burocracia sindical em seu conjunto, alinhada dentro da CGT oficial ou não, segue sendo cúmplice e protagonista deste ataque direto do capitalismo aos direitos trabalhistas. Os atos simbólicos de enfrentamento, as ameaças de greve e uma ou outra paralização isolada são em resposta a constante e cada vez maior pressão das bases e da organização operária, do que pelo interesse real de luta dos dirigentes sindicais. Não nos surpreende a ação da burocracia sindical. A CGT foi criada pelo Estado e convertida em um ator fundamental para assegurar a paz social e a conciliação de classes. O que efetivamente nos preocupa é a passividade com a qual a classe trabalhadora aguenta estes atropelos uma e outra vez. O presente nos demonstra que delegando, dependendo de burocratas sindicais e de líderes parasitários se está entregando a classe trabalhadora a uma passividade que nos mergulha dia a dia na miséria e na precariedade. Temos inculcada a impotência aprendida, onde nos criaram a convicção de que qualquer esforço posto em defender-nos é inútil já que as estruturas de Poder vão nos vencer irremediavelmente. Isso é falso. Podemos resistir e podemos vencer estes ataques. O que falta é organização, vontade e solidariedade. Essas são nossas armas de luta.
Para enfrentar este avanço patronal, refletido em uma reforma trabalhista desastrosa para a classe operária com a cumplicidade do Estado e dos sindicatos traidores, devemos fomentar a participação dxs trabalhadorxs em seus postos de trabalho. Devemos impulsionar a criação de organismos de trabalhadorxs organizadxs em assembleias para a tomada de decisões e utilizar a ação direta para combater e vencer as políticas de ajuste e de saque dos distintos governos de turno. Só assim será possível uma mudança social radical. Nos querem convencer que nossos ideais são peças de velhas épocas, que deveriam estar em um museu e que não é necessária a organização sindical, enquanto que a patronal negocia com a burocracia sindical às costas dxs trabalhadorxs, conhecendo muito bem o potencial que pode ter a classe operária organizada contra o avanço capitalista. Os tempos que correm nos demonstram cada dia mais que os ideais de fraternidade, de solidariedade, ou o desejo de um mundo melhor, sem exploradxs nem exploradores e sem dirigentes nem dirigidxs, tem hoje mais vitalidade que nunca.
Que este 1º de Maio nos sirva de pontapé inicial para recuperar esperanças, redobrar os esforços e não deixar-nos amedrontar pelas condições de vida nefastas que nos impõem!.
VIVA O 1º DE MAIO!
ABAIXO A REFORMA TRABALHISTA E PROVISÓRIA!
PELA LIVRE ORGANIZAÇÃO OPERÁRIA
ASSEMBLEIAS PARA DECIDIR!
AÇÃO DIRETA PARA GANHAR!
Sociedade de Resistência Ofícios Vários Capital
Aderida à Federação Operária Regional Argentina (FORA)
Tradução > Sol de Abril
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na blusa velha,
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ele adora tocá-las…
Rosa Clement
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!