Cerca de 7-8 mil manifestantes, uns falam de 10 mil, desfilaram em solidariedade aos imigrantes que buscam uma vida melhor aqui na Europa e a todas as famílias dos mortos na travessia do mediterrâneo e das fronteiras.
Uma Europa cada vez mais blindada para os pobres (não para mercadorias), sempre mais cheia de políticas racistas e autoritárias, antro do Salvini [ministro do Interior da Itália e líder do partido de extrema-direita Liga], dos partidos nacionalistas (de direita e até de esquerda) de todos os Estados europeus.
Há alguns anos, a extinção do comportamento racista surgiu como uma mistura de jornalismo sensacionalista e conversas de buteco. Pouco a pouco ele vem ganhando força novamente, e pode voltar o que pensávamos que havia acabado: o nacionalismo e o fascismo.
Hoje em Ventimiglia foi dito alto e claro: CHEGA!!! Chega de ódio, chega do patriarcado, do capitalismo e dos Estados! Os slogans eram “Nem com Salvini nem com Macron, sem pátria, sem patrão”, “No border, No nation, stop deportation”, até um dedicado aos fãs do papa Francisco, que recentemente comparou o aborto com o nazismo, que dizia, “Eles querem salvar fetos e embriões – os filhos dos imigrantes os deixam morrer no mar”.
Esses eram alguns dos gritos de quase 7 mil manifestantes, também muitos cartazes e faixas denunciando o capitalismo e o Estado, o racismo e a dominação em todas as suas formas.
Um cortejo que retrata que a sensibilidade libertária está em casa, independente da participação de um movimento anarquista organizado. E é isso que faz valer a pena continuar com a nossa presença nos sindicatos, nas associações não específicas, nos centros sociais e similares.
Um cortejo colorido, com uma grande presença, talvez majoritária, de jovens mulheres do movimento NonUnaDiMeno e de outros coletivos feministas do norte da Itália, da Espanha e da França.
É uma grande pena que durante os dias de protestos os jornais não tenham destacado qualquer briga ou vitrine quebrada para satisfazer os inimigos da liberdade. Nada disso – apenas a aterrorização de centenas e centenas de policiais blindando a cidade.
Entre o azul cobalto, as oliveiras, as cigarras no fundo das nossas canções de solidariedade para uma humanidade sem pátrias e sem fronteiras, um mar de pessoas demostraram que o futuro é um jogo, e que o resultado virá da luta que poderemos mobilizar contra aqueles que querem escrever a história com o sangue dos explorados.
Davide
Tradução > Anti-Kaikki
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!