Nouhe Bchiny (foto), 19 anos, escreveu do hospital psiquiátrico de Manouba, norte da Tunísia, em seu perfil no Facebook que foi internada ali à força no dia 11 de julho de 2018 por seu pai por ela ser ateia.
“[Na Tunísia] o ateísmo é uma doença mental”, afirmou. A jovem acessou a rede social com o celular que escondeu no sutiã. O pai de Nouhe é imã, sacerdote muçulmano.
O relacionamento de Nouhe com o pai piorou porque ela pintou os cabelos de ruivos e se tatuou, o que, para muçulmanos, representa “veneração a Satanás”. É comum associar ateus ao satanismo, e não só não mundo islâmico, embora eles não acreditem em seres sobrenaturais.
Ela escreveu, também, que gosta de acampar, o que é tido como intenção de suicídio.
De acordo com advogados que se apresentaram para defender a jovem, médicos do hospital perguntaram a Nouhe se ela acredita em Satanás.
Alaa Khemiri, um desses advogados, informou que o pai de Nouhe, um salafista, tinha apresentado queixa ao promotor público, que determinou a internação.
Em sua página no Facebook, o advogado informou que o hospital passou a dar um “tratamento de luxo” a jovem após a repercussão do caso.
Ele reivindica que Nouhe seja examinada por uma nova comissão de médicos.
O imã e a direção do hospital não se manifestaram oficialmente até agora, e não se tem, portanto, a versão de cada um deles
Nos últimos dias, ativistas dos direitos humanos realizaram manifestações defronte ao hospital para libertar a adolescente.
>> Foi criado um abaixo-assinado online exigindo a libertação da jovem ateia, acesse aqui:
https://www.change.org/p/ministry-of-justice-government-of-tunisia-free-nouhe-bchiny
Fonte: agências de notícias
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