Tava pensando esses dias: Grande parte da propaganda dos bolsominios gira em torno de atos do pós-modernismo e não tem absolutamente nada a ver com a esquerda e os movimentos populares. Como fomos parar numa situação onde um artista rolando pelado no chão com crianças é relacionado à luta camponesa e indígena pela terra ou à movimentos grevistas de trabalhadores?!
Vejo muitos pós-modernos convertidos ao lulismo falando desesperados de “tática”, “pragmatismo”, etc. etc. Mas nos últimos anos só agiram pra chocar e negar a inteligência do povo (seus atos esteticamente “radicais” e sua prática política pelega), impulsionaram uma noção distorcida de justiça inquisitória unilateral (os famosos “escrachos”, onde denúncias não tinham necessidade de comprovação, tal como as fake news), distanciaram mais ainda as teorias acadêmicas da luta de classes (afinal, o que a teoria pós-moderna pode contribuir com essa conjuntura de acirramento da luta de classes? Nada!), estimularam um individualismo pseudo-esquerdista universitário vaidoso e pequeno-burguês.
Como disse recentemente um grupo hooligan antifascista “Bonde do Che”:
“Se você é do tipo que combate Bolsonaro pagando de ‘maconheiro satanista’, falando em ‘crianças trans’, banalizando o aborto e romantizando o crime organizado apenas para escandalizar as massas, você é o maior cabo eleitoral do candidato. A maioria da população não entende suas ironias de turminha de DCE.”
Eu diria, portanto, que o pós-modernismo foi o maior cabo eleitoral do Bozo. Eu diria que a esquerda institucional se utilizou em muitos momentos do pós-modernismo de forma oportunista e suja, e por isso foi associado a ele. E hoje colhe o que plantou.
Tenho certeza que extirpar essa cultura pós-moderna (assim como o lulismo/reformismo) da esquerda combativa será decisivo no próximo período, separando o joio do trigo, exigindo cotidianamente um método correto no diálogo com o povo e nas resoluções de suas contradições. Nesse momento estaremos cumprindo um importante papel às lutas populares e à revolução.
por Anarquista qualquer
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agência de notícias anarquistas-ana
Parada do trem –
Com o vendedor de flores
Vêm as borboletas.
Sôshi Nakajima
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!