por Yann Lagarde | 14/12/2018
A COP 24 (24ª Conferência do Clima da ONU) nos dá ocasião de nos questionar sobre o nascimento das ideias ligadas à ecologia. Ele se disse “legumista” (O ancestral do vegano) e oposto ao “progresso” os “regressos”, com suas consequências ambientais. Descubram o pensamento ecologista de Élisée Reclus, geógrafo anarquista.
“O homem deve viver em harmonia com a natureza“, se ninguém coloca em causa esta observação hoje em dia, ela foi formulada desde 1858 por Élisée Reclus, geógrafo, militante anarquista, autor libertário.
Ele nasce em Gironde em 1830 em uma numerosa família protestante. Seduzido pelas ideias socialistas, ele abandona rapidamente seus estudos em Teologia. Ele se forma em Geografia moderna em Berlim com o curso de Carl Ritter, fundador dessa disciplina.
O território americano
Após o golpe de estado de Napoleão III, ele deixa a Europa para o continente americano e descobre a Louisiana escravagista. Ele faz então longas observações sobre a atividade humana ao longo do Mississípi e se mostra muito crítico sobre a administração das zonas selvagens. Ele prediz catástrofes se a drenagem das zonas úmidas continuasse:
“Campos, cidades, populações seriam varridas a vomitadas no mar do México“.
De volta à França, ele publica várias obras de geografia humana graças às suas notas de viagem. Sua abordagem da geografia é revolucionária. Ele considera que o homem e seu meio se influenciam mutuamente e não podem ser estudados um sem o outro:
“Uma harmonia secreta se estabelece entre a Terra e os povos que ela alimenta, e quando as sociedades imprudentes se permitem botar a mão sobre o que faz a beleza de seu domínio, eles terminam sempre por se arrepender”.
Para ele, o homem deve encontrar seu lugar na natureza, sem incomodá-la:
“Nossa liberdade, na nossa relação com a Terra, consiste em reconhecer suas leis e por elas conformar nossa existência“.
A Revolução Industrial
Testemunha da revolução industrial, ele tem fé no progresso mas com cuidado. Para ele, o progresso, acompanha-se do “regresso”, sobretudo das consequências ambientais. Ele não se opõem as grandes administrações do território com a condição de que elas respondam a critérios morais e sociais:
“Cabe aos homens completar a obra da natureza imitando-a em seus trabalhos quaisquer que sejam os meios que ela empregue”.
Ele é também muito sensível à dimensão estética da natureza e teme a padronização da paisagem:
“Lá onde o solo ficou feio, lá onde toda poesia desapareceu da paisagem, as imaginações se desligam, os espíritos se empobrecem”.
Suas preocupações de desenvolvimento durável são indissociáveis de suas ideias libertárias e anarquistas que com sua participação na insurreição da Comuna, fizeram com que fosse banido do mundo universitário.
Élisée Reclus foi igualmente um vegetariano convicto, ele se definiu como um “legumista”.
Fonte: https://www.franceculture.fr/geographie/elisee-reclus-precurseurs-de-lecologie
Conteúdos relacionados:
agência de notícias anarquistas-ana
Perto do quarto
O grilo canta, para, canta …
Tem como dormir?
Emanuelly Aparecida Góes – 10 ano
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!