por María Peña
A ordem dos fatores, neste caso sim, altera o produto. Alguns camaradas, diante do que está acontecendo na Venezuela, propõem que primeiro se construa um outro referencial político alternativo, para avançar na derrota do governo. Desculpe, mas eles estão errados.
É com pesar que reconheço que desde a esquerda revolucionária fomos incapazes de construir, nos dias de Hugo Chávez, uma oposição da esquerda ao bolivarianismo. Não só pelas nossas próprias limitações e pelo silêncio cúmplice, mas sobretudo pelo imenso descrédito que o chavismo colocou sobre nossas ideias. No entanto, por razões que seria longo explicar por aqui, nesses dias vivíamos os últimos dias da democracia, em que não estávamos lutando pela nossa sobrevivência diária ou em que os nossos não eram obrigados a deixar o país se quisessem ter um futuro. Com Maduro tudo mudou. Hoje, nas circunstâncias criadas pelo seu governo, é impossível a realização de um projeto político alternativo – por razões políticas e econômicas – porque somos ameaçados, enquanto indivíduos, de simplesmente desaparecer. A FAES [Força de Ação Especial da Polícia Nacional Bolivariana] é um grupo de extermínio que está agindo fora de controle em nossos bairros. A detenção em massa é um negócio, pois eles cobram altas quantias para libertar aos nossos.Temos que derrotar a ditadura para termos, uma vez mais, as condições materiais, sociais e políticas para promover um projeto emancipatório para a Venezuela.
É por isso que a tarefa de primeira ordem é derrotar a ditadura para avançar para outro cenário. Juan Guaidó não é um de nós, nem nunca será, mas devemos acompanhar todas as pessoas que hoje, em todos os cantos da Venezuela, exigem mudanças, e por isso são reprimidas e assassinadas.
Não constato que qualquer ideologia, na sua pureza, não tenha respostas para os verdadeiros dilemas do povo. Ou para desmobilizar. Hoje estou na rua, ao lado das multidões, exigindo voltar a um estado de coisas onde possamos ter a capacidade e as condições de lutar novamente pelo comunismo libertário.
Fonte: http://periodicoellibertario.blogspot.com/2019/01/opinion-primero-derrotar-la-dictadura.html
Tradução > Chimera
agência de notícias anarquistas-ana
o anjo pousa de leve
no quarto onde a moça pura
remenda a roupa dos pobres
Murilo Mendes
Primeiro tiramos a Dilma, depois tiramos o Temer… Ops. Ah, El Liberal, foste sempre linha auxiliar dos interesses yankees.
Afirmam que vão marchar ao lado da direita imperialista e ainda tentam se colocar no campo do anarquismo? Péssima contribuição. Quem traduziu e divulgou isso também não tem o que fazer.
São anarco-liberais. Envergonham anarquistas anti-imperialistas e classistas como Bakunin, Makhno, Malatesta. Que vão a merda!!!
Bom texto, para quem quiser pensar para além do senso comum (pouco útil) de “esquerda”. E tem pontos em comum com este:
http://www.transicao.org/conjuntura/fora-maduro/
Aos socialistas-burgueses pró-Maduro
Não existe coalizão com burocratas do petróleo!