por Karmele Ozaíta (Centro Asesor de la Mujer Argitan) | 16/02/2019
Estes dias se comemora o 30 aniversário do início da campanha de insubmissão ao serviço militar obrigatório e a prestação social substitutiva. 30 anos depois nós também, como mulheres feministas e antimilitaristas, seguimos apostando por uma sociedade desmilitarizada na qual não caibam nem campos de tiro nem aquartelamentos e instalações militares nem fábricas de armas nem manobras do exército nem gastos militares.
Sobretudo hoje em dia, quando os cortes nos serviços sociais impedem manter ou pôr em funcionamento recursos que podem melhorar a vida de muitas mulheres, em maior medida a daquelas que se encontram em situação econômica precária.
Os 12 anos de campanha de insubmissão — desde 1989 até 2001 com a desaparição do serviço militar obrigatório — produziu-se uma experiência de desobediência civil que gerou um grande movimento antimilitarista. As mulheres feministas nos posicionamos a favor da insubmissão e em apoio solidário aos insubmissos.
Assim mesmo, durante toda a década dos noventa quisemos ser sujeitos da luta antimilitarista, ocupar um lugar no movimento que não se limitasse ao apoio individual aos insubmissos como parceiras, irmãs ou mães. De maneira que se realizou um trabalho de reflexão e debate ao redor do militarismo desde um ponto de vista de gênero.
Se denunciava o Exército …máximo representante do militarismo — como o maior expoente da violência do patriarcado.
Os valores que transmite — hierarquia, autoritarismo e a resolução de conflitos através da violência — se encontram a anos-luz das reivindicações feministas. As mulheres feministas lutávamos/lutamos por uma sociedade igualitária, justa, solidária e pela resolução pacífica dos conflitos.
Para cumprir estes objetivos, os instrumentos utilizados foram, são e serão a desobediência civil não violenta e a mobilização social.
O Exército, profissional ou não, segue sendo uma lacra que denunciamos por seus valores machistas e porque gera um incremento de fabricação e exportação de armas, um maior controle social e um aumento do gasto militar.
Em lugar de investir em serviços sociais, moradia digna, educação e saúde, assim como no cuidado de menores e idosos, creches, residências, hospitais… Em lugar de cobrir estes serviços básicos, tão necessários na vida das mulheres para manter e melhorar sua autonomia pessoal, social e econômica. Em lugar disto, os governos seguem destinando dotações orçamentárias milionárias ao militarismo e às guerras. Portanto, “hoje mais que ontem, INSUBMISSÃO!”.
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!