por Alexander Thoele
Michail Bakunin, o “apóstolo” da anarquia e revolucionário russo, está enterrado no cemitério de Bremgarten em Berna.
Falecido em 1876, seu túmulo é mantido graças às doações de um suíço anônimo. Cemitério recebe anarquistas do mundo inteiro.
Bremgartenfriedhof – bloco 9201, túmulo 68.
Esse é o último endereço de um dos mais perigosos e influentes agitadores políticos do século XIX: Michail Bakunin, o agitado anarquista russo, que durante a vida tentou pregar a revolução em quase todos os países da Europa e que também foi perseguido por quase todos seus governos.
Assim como outros países europeus nesse tempo, a Suíça também já teve muito medo dos anarquistas. Alguns eram reputados de serem perigosos terroristas.
Um deles, o italiano Luigi Lucheni, chegou a provocar um crime que comove até hoje muitos europeus nostálgicos. Em 10 de setembro de 1898, o anarquista assassinou friamente “Sisi”, a imperatriz da Áustria, que passeava numa calçada do lago de Genebra. A arma do crime: uma lima afiada.
Os anarquistas históricos desapareceram e seus traços são encontrados agora em lugares como o cemitério de “Bremgarten”, em Berna.
Túmulo mais visitado
Próximo do centro da cidade, o cemitério é simples e estéril como deve ser num cantão protestante, sem ter mausoléus familiares ou grandes estátuas de mármore. “Na morte são todos iguais”, explica Thomas Hug, administrador do local.
A lápide do anarquista-mor é um bloco de granito verde com a inscrição – “Michel Bakunin, 1814-1876” – e o epitáfio – “Lembrem-se daquele que tudo sacrificou pela liberdade do seu país”.
Esse é o local de peregrinação de simpatizantes do anarquismo do mundo inteiro. “Trata-se do túmulo mais visitado do nosso cemitério”, acrescenta Hug. Muitos depositam flores e até colocaram pequenas lanternas de metal com o símbolo “A” da anarquia. “Às vezes aparecem grupos à noite que vêm tomar cerveja na frente da sepultura do Bakunin”.
Patrimônio histórico
Apesar da importância histórica, o túmulo de Bakunin já correu o risco de ser removido por um motivo até prosaico: falta de pagamento das taxas de manutenção.
O problema chegou até mesmo a política local. Em novembro de 2000, o deputado estadual de Berna Guillaume-Albert enviou uma petição ao governo, solicitando que o túmulo de Bakunin seja colocado sob proteção do patrimônio histórico. A resposta foi positiva.
Anarquistas são, porém, desconfiados por natureza. Para garantir que Bakunin continue enterrado onde está, um simpatizante do revolucionário russo pagou as taxas de manutenção do cemitério até 2013. “Trata-se de uma pessoa de Zurique, que solicitou ficar no anonimato”, conta Hug.
Para que os visitantes do cemitério em Bremgarten encontrem não só o túmulo de Bakunin, mas também o de outras personalidades como o músico popular de Berna, Mani Matter, a administração gostaria de fazer um mapa de personalidades. Infelizmente essa boa intenção esbarra numa característica cultural dos suíços.
“Desde que eu comecei a trabalhar no cemitério de Bremgarten, tento fazer esse guia. Porém as pessoas no conselho de administração e a prefeitura ainda não chegaram a um consenso. O difícil é determinar quem foi importante ou não. Na dúvida, nós preferimos não fazer nada”.
agência de notícias anarquistas-ana
Um rouxinol!…
E na hora do jantar
a família reunida.
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!