Nós, anarquistas, que operamos no território da antiga “União Soviética”, estamos indignados com a intenção de entregar as cinzas do anarquista revolucionário Nestor Makhno, depositado no cemitério Pere-Lachaise em Paris (França), às atuais autoridades ucranianas. O retorno das cinzas de Makhno ao seu campo natal de Gulyay poderia ser bem-vindo se essa ação não fizesse parte do jogo político sujo das forças reacionárias.
O Estado ucraniano, que oficialmente proclamava o nacionalismo militante como sua ideologia, não é a primeira vez que tenta declarar Makhno como “seu”. As autoridades, através da repetida organização de amostras nacionalistas, sempre tentaram apresentar o anarquista como um lutador nacionalista pelo Estado ucraniano. Ao mesmo tempo, na Ucrânia moderna, eles estão tentando exterminar qualquer tradição revolucionária histórica, incluindo a anarquista. Assim, um monumento em homenagem à revolução de 1905 foi demolido em Kiev, e outro em homenagem ao levante no encouraçado Potemkin foi profanado em Odessa. Monumentos em memória dos trabalhadores que caíram nas batalhas contra a contra-revolução de janeiro de 1918 foram profanados em ambas as cidades. O monumento dedicado ao makhnovista Kuzma Apatov foi demolido em Mariupol, e em Kherson, a rua, nomeada em homenagem aos anarquistas Sacco e Vanzetti, foi renomeada.
As autoridades ucranianas declararam oficialmente o “líder nacionalista” Petlyura, como um “herói nacional”, contra quem o exército de Makhno lutou de 1918 a 1921. Milhares de ativistas anarquistas e trabalhadores da Ucrânia caíram na luta contra esse carrasco, que reprimiu os trabalhadores e se recusou a parar o genocídio dos judeus ucranianos durante a guerra civil. Petliura foi executado pelo vingador da Ucrânia, o anarquista Samuel Schwarzbard, com quem Makhno manteve uma grande amizade. Hoje na Ucrânia, estão erguendo monumentos a Petliura, as ruas das cidades levam seu nome e sua aparência é ostentada pelo dinheiro ucraniano…
O retorno das cinzas de Makhno à moderna Ucrânia, onde prevalece a atmosfera nacionalista reacionária, significaria a transferência dos restos do anarquista para as mãos de seus inimigos mortais. Isso seria um insulto direto à memória do revolucionário e à causa pela qual ele lutou.
Seria como transferir as cinzas de Makhno para as autoridades russas, que se declaram abertamente sucessoras de seus piores inimigos, a Guarda Branca e os stalinistas. Uma manobra igualmente absurda.
Pedimos aos anarquistas da França e do mundo inteiro que protestem contra a deportação das cinzas de Makhno da França. O anarquista Nestor Makhno, descansa em um cemitério perto das comunas de Paris em 1871. Isso concorda com suas convicções revolucionárias e internacionalistas.
Não permitiremos que reacionários, nacionalistas e estadistas tomem seus restos mortais!
Com os oprimidos contra os opressores, sempre!
Glória a Nestor Makhno!
Glória à anarquia!
Seção russa da Associação Internacional de Trabalhadores (AIT-IWA) Anarquistas individualistas da Ucrânia e da Moldávia
Tradução > Abobrinha
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Um pé de goiaba
Na beira da estrada
Todas bicadas.
Gerson Antonio Bossa Aleixo
Thank you for the support from nepal comrades ✊🏽
Ditadura foi perversa. Empatia as famílias.
foda!
nao existe comunidade anarquista em nenhum lugar do mundo, (no maxinmo sao experiencias limitadas em si mesmo com uma maquiagem…
ALEN = Ateneu Llibertari Estel Negre. Article tret d'Anarcoefemerides.