A cúpula da CGT decretou uma paralisação geral para o próximo 29 de maio. Esta greve foi anunciada em 14 de maio, quer dizer, apenas um dia depois de que a central se reuniu com o Fundo Monetário Internacional (FMI), organismo que impulsiona junto ao Estado argentino, um ajuste brutal contra a classe trabalhadora.
Paradoxalmente a data coincide com o 50º aniversario do “Cordobazo” de 1969, data em que uma insurreição obreira/estudantil rompeu com a típica paralisação domingueira burguesa e saiu às ruas enfurecida por suas condições, utilizando os métodos de ação direta. A classe obreira exerceu a autodefesa gerando uma insurreição e revolta popular que deixou abalada a ditadura autodenominada “Revolução Argentina” de Onganía.
Estamos longe de deixar à CGT o cuidado dos direitos conquistados da classe trabalhadora. Ao contrário, sabemos que esta paralisação, a sexta decretada na gestão do macrismo [do presidente da Argentina, Mauricio Macri], não é mais que uma válvula que se abre com agilidade para descomprimir o descontentamento obreiro/popular que aumenta após as milhares de demissões e a inflação cada vez mais alta que absorve os bolsos dos obreiros, jogando-os na miséria a cada hora, cada dia mais e mais. Este método de descompressão de ataque social fica demonstrado nas medidas de força isoladas que garantem o saque da classe trabalhadora mediante as paralisações domingueiras ou dóceis, onde nos dizem aos trabalhadores que fiquemos em nossas casas, em vez de sair às ruas que é nosso verdadeiro campo de luta. Na rua é onde, com gestos heroicos, conseguimos as melhores conquistas do povo e não nas urnas, onde os obreiros nos transformamos em ovelhas e que só vamos a cada quatro anos para mudar de pastor.
Trabalhador, trabalhadora: somos conscientes de que as riquezas que o povo produz são produtos da atividade dos trabalhadores mesmos, portanto, é nossa a força para parar a produção ante o ajuste de fome e de miséria a que nos submergem. Não é nossa a responsabilidade por estarmos nesta situação econômica, já que bem sabemos que o ajuste atroz que estamos enfrentando é para espremer-nos o mais possível, a custa de nossa saúde e de nossas vidas.
Obreiro, obreira: transformemos as paralisações dóceis em verdadeiras jornadas de luta da classe trabalhadora, incentivemos os debates em nossos postos de trabalho e em nossos bairros. Geremos assembleias, que é onde os trabalhadores podemos decidir em conjunto e em democracia direta as medidas de luta. Não permitamos que as mãos dos sindicalistas burocratas, a disposição do sistema eleitoral, operem nosso sofrimento.
TRANSFORMEMOS A PARALISAÇÃO DOMINGUEIRA EM UMA VERDADEIRA JORNADA DE LUTA DE CLASSES
ASSEMBLEIA PARA DECIDIR , PARALISAÇÃO GERAL PARA GANHAR
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Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Noite fria, escura,
no asfalto negro da rua
late o cão vadio.
Fanny Dupré
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!