De Te Kaupapa Pāpori – Comunalismo Aotearoa
Em Março de 2019, 50 anarquistas de toda a Aotearoa e arredores se reuniram pela primeira vez em uma década para debates e construção de redes, relações e estratégia. Em Abril de 2009, o Coletivo Anarquista Wildcat organizou uma conferência de dois dias no Centro Comunitário de Newtown, em Wellington. Uma feira do livro anarquista foi realizada em Wellington em 2014, mas nenhum esforço para reunir o movimento foi feito por dez anos.
O grupo anarquista recém-formado Tāmaki Makaurau renovou as energias dentre os seus membros para colaborar e se conectar com outros. Em conjunto com o Movimento de Solidariedade de Trabalhadores de Aotearoa, a Loja da Liberdade de Wellington e a Black Star Books em Dunedin, eles são os únicos grupos explicitamente anarquistas em funcionamento nas ilhas nesse momento (apesar de existirem outros, como o Rebel Press, Communalism Aoteaora e Beyond Resistance).
O encontro aconteceu em um Marae [do Maori: local para encontros sociais e/ou sagrados] em Parihaka, na costa de Taranaki. Parihaka tem um longo histórico de resistência ao colonialismo, de práticas sustentáveis e de jardinagem comunitária. Para ler mais sobre o passado, presente e futuro de Parihaka, visite o website deles (parihaka.maori.nz).
Entre o nascer e o pôr-do-sol de cada dia (com ambos sendo acompanhados por orações karakia) houveram debates sobre indigenização, feminismo, ambientalismo e o futuro do anarquismo em Aotearoa.
Entre os debates, aconteceram oficinas sobre saúde mental e auto-defesa feminista, um passeio por Parihaka e uma viagem à floresta de jardinagem e alimentos, com o sol reluzindo e a montanha Taranaki Mounga pairando sobre nós.
Se por um lado nós não resolvemos os problemas mundiais, as respostas e um questionário subsequentes ao último dia foram largamente positivas, e as pessoas estavam dispostas a se encontrarem novamente no próximo verão, inclusive aumentando a duração do evento.
Uma rede anarquista de moradia (similar ao couchsurfing) foi retomada no hui [termo da língua maori para se referir a encontros sociais], e uma chamada foi feita por uma maior colaboração entre os grupos existentes. Ficou também claro que anti-racismo, anti-fascismo e o trabalho por uma reforma constitucional é um ponto focal para muitos dos participantes.
Dois companheiros do Coletivo Ação, um grupo anarquista sediado em Melbourne, participaram nos debates e foi incrível dividir ideias e visões sobre o que está acontecendo na Austrália.
Em resumo, o hui foi um sucesso, velhas amizades foram renovadas e novas relações foram criadas. Tudo através de kōrero [do maori: histórias, narrativas, contação, fala, conversa, etc] e de whakawhanaungatanga [processo em que relações são estabelecidas].
É previsto que esses hui irão acontecer anualmente daqui pra frente, e graças a essas e outras formas de encontros anarquistas, podemos seguramente afirmar: a anarquia retornou em Aotearoa!
Tradução > Pássaro de Todas as Cores
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Nenpuku Sato
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!