Uma ONG sul-coreana afirma ter identificado 318 locais usados pelo governo da Coreia do Norte para realizar execuções públicas no país.
O relatório, divulgado na terça-feira (11/06) pela organização Transitional Justice Working Group, foi elaborado a partir de entrevistas com 610 desertores norte-coreanos durante quatro anos.
O documento denuncia décadas de assassinatos por crimes que vão desde roubar uma vaca até assistir à televisão sul-coreana.
O relatório, intitulado Mapping the Fate of the Dead (Mapeando o Destino dos Mortos, em tradução livre), revela que as execuções públicas aconteciam perto de rios, campos, mercados, escolas e ginásios esportivos.
E chegavam a reunir pelo menos 1 mil pessoas para assistir à aplicação da pena de morte, segundo o grupo de direitos humanos.
O documento denuncia ainda que membros da família das pessoas sentenciadas à morte, incluindo crianças, às vezes eram forçados a assistir ao evento. Além disso, os corpos eram raramente entregues aos familiares, tampouco os locais de sepultamento eram informados.
A pessoa mais jovem a testemunhar uma execução pública tinha sete anos, segundo o relatório.
Algumas sentenças também seriam aplicadas dentro de unidades de detenção, como prisões e campos de trabalho – onde condenados por crimes políticos são forçados a trabalhar em atividades como mineração e extração de madeira.
Um desertor detido em um campo de trabalho no início dos anos 2000 descreveu como 80 prisioneiros foram obrigados a assistir ao assassinato de três mulheres acusadas de tentar fugir para a China.
“Isso poderia acontecer com vocês”, teria dito uma das autoridades à multidão.
O relatório afirma que as execuções são “um dos principais métodos de incitar o medo e dissuadir os cidadãos de se engajarem em atividades consideradas indesejáveis pelo regime”.
Pelotões de fuzilamento e enforcamento
De acordo com os desertores, a maioria das execuções é realizada por pelotões de fuzilamento. A prática geralmente envolve três atiradores, que disparam três vezes contra cada condenado.
Alguns entrevistados citaram ocasiões em que os responsáveis pela execução pareciam estar bêbados.
Um deles disse que “isso acontece porque matar é algo difícil emocionalmente”.
Também foram relatados alguns poucos casos de enforcamentos públicos, embora a ONG afirme que parecem ter sido reduzidos ou até mesmo suspensos desde 2005.
Ethan Shin, um dos autores do relatório, disse à agência de notícias AFP que “o número de execuções públicas está em uma tendência de queda”, mas que Pyongyang pode simplesmente estar operando de forma mais sigilosa, “uma vez que busca ser reconhecido como um Estado normal”.
Altos funcionários norte-coreanos foram executados no passado.
Mas os relatos de assassinatos são notoriamente difíceis de serem checados e muitos acabam se revelando falsos.
Em 2013, alegou-se que a cantora norte-coreana Hyon Song-wol foi executada publicamente – um jornal sul-coreano informou que ela foi atingida “por uma rajada de metralhadora, enquanto sua orquestra olhava”.
Mas ela reapareceu em 2018 como parte de uma delegação norte-coreana que visitou Seul antes das Olimpíadas de Inverno.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-48592997
agência de notícias anarquistas-ana
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Eunice Arruda
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Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...
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