O décimo primeiro congresso da Internacional de Federações Anarquistas IAF-IFA será realizado em Liubliana (Eslovênia) de 24 a 28 de julho e haverá dezenas de experiências anarquistas de todo o mundo. Organizações anarquistas, editores de jornais e revistas, projetos com raízes profundas emancipatórias, companheiras e companheiros da Espanha, Portugal, França, Inglaterra, Bielorrússia, Grécia, Eslovênia, Itália, República Checa, Holanda, Turquia, Brasil, Argentina, Cuba, México, Bulgária, Suíça, Alemanha, Polônia, Cazaquistão, Kosovo, Macedônia, Estados Unidos, Japão, Venezuela… terão a oportunidade de compartilhar experiências, construir relacionamentos, discutir e planejar estratégias para a transformação diária, fortalecer as lutas anarquistas e o contato internacionalista de liberdade.
O anterior décimo congresso, realizado em Frankfurt, Alemanha, em 2016, apoiou a criação da Federação Anarquista Centro-Americana e do Caribe (FACC), e a renovada disposição para coordenar organizações anarquistas na América Latina, e o processo revolucionário em curso em Rojava, bem como o nascimento da APO (Organização Política Anarquista – Grécia), participando de movimentos sociais (como as grandes manifestações e greves que ocorreram na França, na primavera de 2016 contra a reforma trabalhista),de experiências de luta contra os grandes projetos do Capital e do Estado, como o TAV (Trem de Alta Velocidade) ou o aeroporto de Notre-Dame-Des-Landes (França).
Desde então, a IAF-IFA fomentou fortes relações entre as muitas realidades anarquistas que a compõem, apoiou as lutas e experiências que as federações experimentam todos os dias, do Brasil à França, através da Bielorrússia, e promoveu campanhas como a denúncia do assassinato do companheiro Santiago Maldonado na Argentina e no apoio à luta da população mapuche, bem como contra o regime opressivo de Maduro na Venezuela e em apoio dos componentes anarquistas que são uma parte importante do processo revolucionário em curso em Rojava.
O evento em Liubliana será uma oportunidade para verificar o que foi discutido em Frankfurt e que tem sido feito desde então para apoiar a criação de processos federados renovados conforme realizado no Brasil e brindar as organizações irmãs como a APO na Grécia com a oportunidade de ingressar na IAF-IFA. Mas também será uma oportunidade para conhecer e debater, discutir os processos sócio-econômicos que os grupos e federações estão envolvidos nos seus territórios, sobre as estratégias para desconstruir o imaginário neoliberal que ainda permeia as ações de milhares de milhões de pessoas ao redor do mundo, e esmaga e influencia as massas de explorados e exploradas.
Nas muitas mesas de trabalho, serão abordados temas heterogêneos, mas, de fato, eles estarão conectados pelo desejo de buscar chaves e ferramentas que tornem mais efetiva a atividade militante cotidiana de transformação e reinvenção de nossas comunidades. Estes tópicos cobrirão:
• A análise da cena internacional de guerra permanente e as formas que estão tomando o totalitarismo moderno em diferentes partes do mundo, a partir dos conceitos ambíguos de soberania e do nacionalismo agora enraizado em todos os lugares, para chegar a processos econômicos de expropriação e exploração global,
• O medo, insegurança, fragmentação social, e precariedade como formas de existência que empurram muitos para se tornarem migrantes, bodes expiatórios que levam vidas insatisfeitas e são o pretexto para construir muros e reduzir direitos sociais,
• O agravamento das condições de vida de milhões de pessoas, tanto na Europa como na América Latina ou África,
• A redução progressiva e constante dos espaços de liberdade e a crescente repressão que os Estados continuam exercendo sobre os anarquistas e os movimentos, mas também as formas de solidariedade entre os trabalhadores, com os migrantes, entre os explorados e as exploradas, que nascem em toda parte, às vezes espontaneamente, às vezes de forma organizada,
• A renovada sensibilidade ecológica e a necessidade de libertá-la dos processos de reprodução capitalista e da geração de novos mercados, como a “economia verde” ou o mito do crescimento sustentável,
• Também as experiências internacionais sobre questões de gênero que surgem, no entanto, de uma consciência individual e coletiva sobre a qual continuam trabalhando para rejeitar o patriarcado e relações de dominação nas relações sociais e interpessoais,
• As formas de cada vez mais conflitivas e espontâneas no mundo do trabalho e o sindicalismo, a rejeição do militarismo, a guerra e a violência como instrumento de coerção e hegemonia.
Finalmente, haverá painéis de discussão e troca de experiências práticas, o reforço das relações entre os grupos de trabalho, desde a gestão de revistas e jornais até a gestão de mídias sociais e rádios, mas também uma discussão sobre a gestão dos espaços autogeridos em experiências de produção. Do fundo, seja sozinho ou cooperativamente, a atividade em associações e de coordenação, os métodos e formas comprovadas para lidar com conflitos e diferenças na vida diária, mesmo dentro das nossas organizações para construir novas relações e fortalecer as já existentes.
Será um momento importante para o anarquismo organizado reafirmar o internacionalismo libertário e de classe e o compromisso de cooperação e solidariedade entre explorados e exploradas, para fortalecer as lutas e experiências que podem derrubar fronteiras, muros e territórios tempo e incentivar a construção de um mundo de liberdade e igualdade.
A nossa solidariedade aos companheiros que participam, os delegados, que apoiam a iniciativa com propostas e contribuições e aportes de solidariedade. Viva o anarquismo, longa vida à Internacional de Federações Anarquistas!
Comissão de Relações Internacionais – FAI
O congresso é organizado para diferentes momentos, alguns públicos e outros reservados para delegadas e delegados. Em particular, de manhã e à tarde, terá lugar às portas fechadas com a participação de delegadas e delegados das organizações presentes. A partir da tarde, as discussões serão públicas e os concertos serão abertos a todos.
Para mais informações: crint@federazioneanarchica.org
Fonte: https://umanitanova.org/?p=10376
Tradução > Liberto
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Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…