Desde a prisão de alta segurança de Santiago do Chile faço chegar essas palavras de saudação para todxs akelxs ke se reúnem hoje em Villa Francia para compartilhar visões e experiências em torno da prisão política.
A prisão em ke vivo hoje é a mesma ke levou mais de 20 anos da minha vida.
Aki cheguei aos 21 anos de idade transferido da ex-penitenciaria em sua inauguração em 20 de fevereiro de 1994, saindo em 2004 kom a luta antikarcerária komeçada kom a Kamina Libre desde 1996.
A KAS (Prisão de Alta Segurança) foi então usada para aprisionar e anikilar a subversão polítika militar de eskerda. Rodríguistas, Miristas e Mapucistas lautarinos fomos destinatários da perversa guerra suja da koncertação no governo de Aylwin e Frei ke conseguiu derrotar os projetos armados encarnados na FPMR (Frente Patriótica Manuel Rodríguez), os distintos MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária) e o Mapu-lautaro.
Muitos fatores provokaram essa derrota e xs presxs dessa geração komeçaram a sair depois de uma dékada de konfinamento, um dos mais duros na história karcerária chilena.
A komposição da realidade social foi severamente transformada pelo Estado e pelo Kapital no processo de reorganização burguês, transformando assim paradigmas, ideias, prátikas e tensões.
Foi na segunda metade dos anos 90 ke a realidade subversiva komeçou a mudar definitivamente, de modo ke as ideias de forças ke servem komo referentes e guias para a ação.
Talvez o último ke reflita o fim de um ciklo seja a fuga-resgate do FPMR aki na KAS em dezembro de 1996.
Depois disso, a konstrução autônoma das expressões antikapitalistas deram lugar ao nascimento de uma Subversão Autônoma e Libertária de klara tendência insurrecional komo um prelúdio inevitável das prátikas anarkistas de ação.
Dessa maneira, mudou para sempre o modo de ver e entender o konflito, assim komo as ferramentas teórikas da eskerda armada foram somando-se komo reflexo vivo de uma inkapacidade endógena de se repensar o kaminho.
Todxs akelxs ke kontinuamos sem férias ou retiros temporários, entendemos a necessidade de konstruir a partir da horizontalidade, da afinidade, atacando o Estado e o Kapital, konstruindo kultura para a guerra social através do kotidiano na infância, no koletivo, na banda de músika, editando livros e fanzines, na okupa, na biblioteka, na eskola sekundária e na universidade, komo indivíduxs exploradxs promovendo a revolta e não komo militantes quadrados orgânikos fechados lutando guerras fictícias.
Da mesma forma, desde o final dos anos 90 fomos nos encontrando kom peñis e lamienes (irmãos e irmãs, em mapudungun, idioma mapuche) rekonstruindo seu povo nação a partir de uma autonomia real em uma guerra de libertação ke até hoje se mantêm viva e forte komo o sangue ke nos sustenta.
Há pouko mais de 15 anos ke a realidade da prisão política komeça a ser outra.
Desde o enkarceramento dos primeiros peñis no final dos anos 90, assim komo xs presxs da luta nas ruas e libertárixs por ações diversas de 2005 em diante.
Okupas e enkapuzadxs; presxs por bombas e sabotagens, kom macacões em propagandas armadas e queimas de ônibus, por portes de armas, assaltos a bancos e policiais mortos…
Majoritariamente um mundo subversivo em Santiago e regiões (o mesmo que estados no bra$il) vêm do mundo negro da Anarkia em suas diferentes expressões e prátikas ilegais.
Sem agrupações de familiares, sem advogadxs indikadxs por organizações de Direitos Humanos, sem aparatos partidários nem militantes em tempo integral, komo proto-burokratas. Kom todo o ódio do Estado e dakeles ke o sustentam e a subversão autônoma libertária não está em seus relatos oficiais.
Negada permanentemente, mesmo estigmatizando suas ações, komo montagenss kuando na verdade há pessoas honestas e decididamente estão atacando o presente sem dar explicações a ninguém.
Porque essa subversão não tem chefes, nem komandos, nem soldadxs obedientes. Não tem komandantes nem personagens intocáveis.
Foi forjada kom a humildade daquelxs ke aprendem fazendo sem mandar nem obedecer, guiadxs apenas pela konvicção insurrekta do atake à normalidade.
A prisão polítika sempre existiu, apenas mudou a realidade do confinamento e dxs presxs.
Nunka esqueçam ke enquanto muitxs fazem sua vida em pleno respeito kom a normalidade imposta, há akelxs ke nos unimos no Wallmapu e na cidade a partir de uma posição de konfrontação real kom o Estado.
Porke a realidade supera qualquer suposição teórika de iluminadxs ou aposentadxs ke pensam apenas no passado.
A luta pela libertação total é vivida aki e agora, kontinua em kada koração insurrekto ke não deskança até ver a destruição total do último bastião da sociedade karcerária.
Viva a resistência mapuche.
Viva a resistência anarkista.
Por todxs nossxs mortxs de ontem, hoje e amanhã.
Kontra o Estado e o Kapital: guerra social!!
Enquanto houver miséria haverá rebelião!!
Marcelo Villarroel Sepúlveda
Prisioneiro Libertário
Kas. 15 de set 2019.
Tradução > keka
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Deste esplêndido poema
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Shiki
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!