Em vista do intenso ataque estatal que vem acontecendo na Grécia desde o final de agosto, nós atacamos a embaixada grega em Berlim com martelos, latas de spray e bombas de tinta em um ataque simbólico no dia 3 de outubro.
A linha dura da direita Nea Dimokratia (Nova Democracia) de Kyriakos Mitsotakis, que anunciou durante a campanha eleitoral que iria “limpar” Exarchia, acabou sendo uma onda de repressão em multicamadas.
Poucas semanas depois do ND tomar posse, a lei contra o asilo para universidades foi aprovada, que desde 1982 proibia a intervenção policial nas universidades e garantia a livre troca de ideias. O Ministério de Refugiados foi abolido e substituído pelo Ministério da Segurança Interna, enquanto o Ministério da Justiça transferiu as funções do judiciário do Ministério da Justiça para o novo Super Ministério da Segurança Interna (Ministério de Proteção Civil).
Uma das primeiras ações do ministro foi o recrutamento de 1500 novos policiais e o comissionamento das unidades de motocicletas da polícia Delta.
No final de agosto, começaram os ataques pré-anunciado as okupas políticas em Exarchia e a moradias autônomas e auto-organizadas de refugiados em Atenas. Em 26 de agosto, quatro casas foram simultaneamente limpas e bloqueadas, 3 pessoas foram presas e 173 outras foram enviadas para abrigos de refugiados ou campos de deportação. Em 19 de setembro, duas casas na rua Acharnon foram desalojadas, ambas eram abrigos autogeridos de refugiados com um total de 368 pessoas e, em 23 de setembro, a 5ª Escola em Exarchia, um projeto de moradia para refugiados ocupado desde 2016 com quase 80 moradores, foi despejada.
Essa política policial agressiva de repressão é refletida através da presença diária de unidades policiais dentro e ao redor de Exarchia, com ataques brutais contra centros e eventos autônomos.
No inferno de Moria, na ilha grega de Lesbos, no ponto de acesso onde há aproximadamente 13.000 refugiados, uma pessoa morreu no dia 30 de setembro como resultado de um grande incêndio. A reação do governo à revolta subsequente foi o envio de unidades da tropa de choque de Atenas e a decisão de transformar o campo de refugiados em um campo fechado, o que significa que os refugiados não terão mais permissão de sair do campo durante o dia.
Esses são apenas alguns do eventos mais visíveis de uma política de direita, neoliberal e xenofóbica que está refletindo na Grécia, assim como no resto da Europa, e é o resultado de uma prolongada mudança da sociedade para a direita. A expulsão do fraco da sociedade, a repressão contra todas as estruturas que vêm de baixo, a perseguição sistemática de todos os resistentes e a declaração que o Estado deseja “limpar” Atenas são termos que também podem ser transferidos para Berlim, Alemanha e muitos outros lugares.
Os ameaçados projetos habitacionais Liebig34 e Rigaer94, a ocupação Wagenplatz DieselA 2.0 e o término dos contratos de locação dos centros juvenis Potse e Drugstore indicam como a política urbana de Berlim lida com projetos autônomos.
Em Atenas e Berlim estamos testemunhando uma política que deseja remover refugiados, anarquistas e estruturas autônomas dos centros das cidades, simbolizando uma segurança construída, uma pavimentação do caminho para o maquinário neoliberal.
Nos opomos a esse desenvolvimento e nos declaramos prontos para defender nossos espaços livres.
Saudações solidárias a todos camaradas de Atenas.
Fonte: https://de.indymedia.org/node/38813
Tradução > Brulego
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2019/08/30/alemanha-pia-klemp-exarchia-te-amo/
agência de notícias anarquistas-ana
cada galho pro seu lado
mas na cor das flores
nenhum discorda
Alonso Alvarez
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!