Neste novo boletim-compilado de ações de violência política, resgatamos fatos desenvolvidos nos meses de junho, julho e agosto. Para este editorial, queremos focar em apenas um: no ataque com poderosos pacotes bomba realizado por um grupo de ação anarquista em 26 de julho desse ano[1].
O atentado foi contra uma delegacia e o ex-ministro Rodrigo Hinzpeter. O primeiro pacote bomba explodiu em seu alvo, ferindo oito policiais e provocando o pânico entre os inimigos de uniforme. Paralelamente, quando o segundo foi descoberto, ele já estava no gabinete do ex-ministro. Por acaso, o bastardo não abriu porque saiu para almoçar, durante esse período o GOPE (Grupo de Operações Policiais Especiais) já havia chegado para realizar os procedimentos clássicos, isolando a área e tirando as pessoas. Se não tivesse sido por acaso, a chegada da polícia teria apenas dificultado o trabalho do Serviço Médico Legal.
Durante o dia, os informes da imprensa se voltam para os fatos descritos e a “paranoia” começa nas ruas, objetos suspeitos que não são nada e avisos de bomba, na estação Lo Espejo do metrô, por exemplo. Esse fato, ao contrário da “paranoia”, pode ter sido usado por anônimxs para continuar mantendo o poder e seus policiais já vulnerados em alerta.
Com o passar dos dias, a ação é adjudicada por meio de um comunicado enviado às redes anárquicas, quando xs companheirxs da Contra Info publicaram o texto apenas algumas horas para que a imprensa pegasse o material e começasse a formular suas próprias anotações. “Adjudicação de bombas reivindica a anarquista morta há duas décadas”[2], se referindo a Claudia López. “Quem são os prisioneiros evocados pelo grupo anarquista que adjudicou o atentado em Santiago?”[3], Juan Aliste, Marcelo Villarroel, Juan Flores, Joaquín García e Tamara Farías são xs companheirxs. Por fim, destacamos a nota intitulada “Supostos autores de carta-bomba e movimentos estudantis compartilham referentes”[4]. Onde é apreciado um trabalho de compilação de ideais e ações para formular o artigo.
Sem dúvida, devido a envergadura do atentado, isso levaria a agenda dos dias na imprensa e os governantes sairiam para dar muitas declarações, supostos especialistas falando de segurança e como a inteligência não antecipa possíveis atentados. A ANI (Agência Nacional de Inteligência do Chile) que vale uma merda e o fervente chamado para aprovar a Lei Antiterrorista. Este último bem comentado nas redes sociais e até em espaços conscientes e revolucionários. Chegando a dizer claramente que o atentado era uma cortina de fumaça para a aplicação da lei, em suma, uma montagem.
E perguntamos: Antes um atentado certeiro ou o aprofundamento do próprio conflito? O que se espera? Evidentemente o poder ocupará suas plataformas para condenar os fatos e aplicar suas leis repressivas, é questão de olhar para o passado, quando as Forças Rebeldes Populares Lautaro aprimoraram sua estratégia de guerrilha urbana em nosso território, o governo da época apoiou e deu todos os poderes a seus agentes para capturar vivxs ou mortos xs combatentes, sendo a lista de companheirxs encarceradxs e mortxs não menor, até civis caíram pelas balas policiais, exemplo no Caso Apoquindo[5].
Diante dos ataques atuais, o governo vai responder, é natural. No caso da Lei Antiterrorista, ela poderá ter agentes infiltrados, chamadas telefônicas serão interceptadas, fotografias serão tiradas e entregas monitoradas serão realizadas, entre outras. Mas, e isso não acontece atualmente? Desestabilizando, é claro. Vacilões, delatores, colaboradores sempre foram (recomendamos ler a reportagem recentemente da CIPER[6] e a entrevista publicada em El Desconcierto: “O informante da promotoria que revelou o vínculo entre Arias e o Ministro do Interior”[7]), as interceptações e fotografias também, é uma questão de acessar alguma pasta investigativa de algumx companheirx que esteve na prisão, por último, as entregas monitoradas, no passado La Oficina ocupou essa estratégia para desmantelar o grupo de guerrilha urbana Destacamento Mirista Pueblo en Armas, em janeiro de 1992 [8], este último, acreditamos que seria uma questão para ficar de olho.
Com essas breves reflexões, finalizamos esta nova entrega, esperando que tenha uma boa recepção pelos lugares e mãos que circule. Xs deixamos atentxs para o próximo número especial, que já está na porta do forno.
Editorxs do Boletim “La Bomba”.
Agosto 2019, Chile.
Clique aqui [https://es-contrainfo.espiv.net/files/2019/10/33-La-Bomba-33-Agosto-2019.pdf] para ler/baixar a publicação.
[5] https://es.wikipedia.org/wiki/Caso_Apoquindo
[8] https://historiadetodos.wordpress.com/otra-rata/
Tradução > keka
agência de notícias anarquistas-ana
Na tarde de neve
Passa desaparecendo
Um só guarda-chuva.
Yaha
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!