[Argentina] Sobre os “incidentes” em frente ao consulado chileno em Buenos Aires em 21/10. Um olhar anárquico e revolucionário

Novamente, o espetáculo midiático levanta sua voz indignada, falam de infiltrados, de kichnerismo e da esquerda, qualquer assunto que consiga desviar a atenção do conflito, as desculpas aumentam chegando as eleições, novamente as malditas eleições, mas nunca a rebelião, nunca a liberdade, todxs sabemos, do outro lado da cordilheira estão assassinando nossxs companheirxs, xs rebeldes que enfrentam policiais e militares, que têm fuzis e metralhadoras apontando diretamente para elxs, optam por armar barricadas, pegar pedras, combustível e capuzes.

Diante desse clima, escolhemos dar um passo adiante, enfrentar cara a cara aqueles que roubam nossas vidas diariamente, ou esqueceram que a polícia mata umx manx a cada 24 horas na Argentina? É totalmente hipócrita que xs mesmxs que dizem se solidarizar com uma revolta social, defendam a polícia, os bancos e a imprensa, de que solidariedade nos falam? Isso nada mais é do que o uso político das circunstâncias, vai pendurar suas bandeiras novamente quando, no dia seguinte, voltam a seus bairros abastados e suas lógicas hierárquicas.

A revolta não conhece fronteiras porque a essência dos Estados é a mesma, a da dominação e da exploração, que dizem que o contexto não é o mesmo, só falam desde seu privilégio, não sabem o que é ver como o salário desaparece em dois minutos, gastar a vida no trabalho e baixar a cabeça toda vez que tiver que passar o [cartão] SUBE na catraca, não sabem o que é ser pulverizado, comer veneno ou tomar enquadro dos gambés.

Essas palavras são para xs rebeldes que ainda sonham com um mundo realmente diferente, não para xs que cantam que “las balas se van a devolver”[1] e depois defendem a imprensa burguesa que mente e nos criminaliza todos os dias, se até os chamam “trabalhadores da TV”. De que oposição nos falam? Essas palavras são para xs que querem tomar o rumo de suas vidas, não nos interessam as bandeiras nem a representatividade, pelo contrário, acreditamos na revolta autônoma, sem líderes nem dirigentes, e diante de um discurso vazio que diz ser “antigambé” reafirmamos, agimos e dizemos que atacar a polícia é totalmente justificado por essa vida de miséria a qual nos submetem.

CONTRA O ESTADO, O CAPITAL E SEUS FALSOS CRÍTICOS!

NÃO SOMOS INFILTRADXS, SOMOS A RAIVA,

SOMOS A SOLIDARIEDADE QUE TRANSCENDE FRONTEIRAS!

QUE VIVA A REVOLTA SEM PARTIDOS

Fonte: https://anarquia.info/argentina-sobre-los-incidentes-frente-al-consulado-chileno-en-buenos-aires-el-21-10-una-mirada-anarquica-y-revolucionaria/

[1] https://www.youtube.com/watch?v=NBI4yvevk18

Tradução > keka

agência de notícias anarquistas-ana

Se afasta a lanterna
Sumindo na escuridão —
O canto do cuco.

Shiki