Greve Geral e rebelião: a nova via chilena

Mais de um mês de rebelião no Chile. Uma legítima insurreição popular, onde a ação direta, as barricadas, a Greve Geral e a luta combativa nas ruas são os principais elementos. O incansável povo chileno rejeita a tutela, a conciliação e a traição da esquerda institucional e enfrenta de forma heroica a repressão brutal do governo assassino e neoliberal de Sebastián Piñera. Centenas de pessoas cegas, um incontável número de presos políticos, estupros, torturas e dezenas de desaparecidos e mártires assassinados por carabineiros. Cortes de estradas por todo o país, barricadas e enfrentamentos heroicos, a beleza da música rebelde como elemento da memória histórica contra a ditadura, as expressões visuais da rebelião pintadas e coladas em todos os lugares, escudos, molotovs, muitos molotovs, lasers contra blindados e cachorros militantes enfrentando a polícia.

É uma situação pré-revolucionária, com um governo reacionário e pró-imperialista derrotado e acuado que aumenta a brutalidade da repressão e tem como resposta o crescimento da radicalização e da resistência do povo rebelado nas ruas. A classe trabalhadora chilena e a juventude combatente, com uma decisiva participação das mulheres do povo, além da agenda contra o neoliberalismo, tomou para si a pauta anticolonial, atacando os símbolos do colonialismo e o povo Mapuche avança para um autogoverno autônomo. A dualidade de poder também se expressa nas assembleias populares autoconvocadas, baseadas na auto-organização territorial do povo trabalhador. Parlamentares da esquerda institucional são expulsos das praças por manifestantes, após tentarem salvar o governo com um acordo para uma Constituinte tutelada pelo regime reacionário.

O povo chileno faz sua própria história, após viver anos de uma brutal ditadura e de farsa democrática. A coragem e a incansável resistência popular foi precedida de anos de organização de base e trabalho militante de diversos movimentos populares combativos e organizações revolucionárias. A unidade popular que envolve mais de 140 organizações do povo garante a rejeição aos acordos entre as frações de poder para salvar o regime e a convocação unitária de uma sequência de paralisações da Greve Geral é outra chave do processo insurgente.

A rebelião também devolveu ao povo chileno a vontade de viver, a esperança na luta coletiva zerou os suicídios e são diversos os relatos de pessoas que superaram quadros de depressão participando das mobilizações, num país privatizado e vendido como modelo neoliberal na América Latina. A crise capitalista se aprofunda no mundo, a rebelião que sacudiu o Equador, prossegue com o heroico povo haitiano e agora vai tomando forma na Greve Geral da Colômbia e se iniciando no Panamá, tendo no Chile o seu maior bastião. A América Latina será a tumba do capitalismo. O povo é e sempre será o segredo da vitória.

ABAIXO A REPRESSÃO E O GOVERNO PIÑERA!
VIVA A INSURGÊNCIA DO POVO CHILENO E A REBELIÃO NA AMÉRICA LATINA!
TODO PODER AO POVO! PELO SOCIALISMO E AUTOGOVERNO POPULAR!

Casa da Resistência – FOB

agência de notícias anarquistas-ana

manhã de sol
sombra do pardal no poste
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Alonso Alvarez