A vida e morrer dignamente. Troco 364 dias de submissão por um dia de revolta, pago a diferença – (Pixação nas ruas de Montevidéu)
Meses conturbados os que precedem a escrita destas primeiras palavras. A terra queimada! O incêndio de milhões de hectares de mata na Bolívia e no Brasil foram abusivos ataques contra a terra, e certamente não existem acidentes nessas histórias. O infinito da vida freada à fogo na Amazônia e na Chiquitania nos grita vingança! O fogo da liberdade contra o fogo da devastação da vida.
Revoltas, protestos, sangue, feridos, olhos extirpados, e mortos, muitos mortos. Porém como bem dizem os cartazes nas ruas, nem os mortos nem os olhos perdidos serão à toa.
Se por um lado queimam a terra, pelo outro lado os que governam não dormem tranquilos em pelo menos seis países, e isso nos faz sorrir. Haití, Equador, Chile, Bolívia, Colômbia, Hong Kong, bramam que as pessoas ainda podem tirar do eixo a máquina dos que dominam, e desde a potência da ação caótica das ruas. Olhamos esse cenário como a nítida amostra de que o protesto pacifico é inútil, é complacente, portanto não quebrar nada não quebra nem o descontentamento, porque não tem incidência… O protesto ou é violento ou não é.
As mortes de Paulino Guajajara, Emyra Wajãpi, Guilherme Irish, Sebastian Oversluij, dos anarquistas expropriadores da Rua da Praia, nos gritam que é melhor morrer com dignidade do que viver na submissão. O novembro negro do Zumbi dos Palmares nos lembra não negociar nunca, não se conformar com ser adotado por um “salvador”, e sim fugir da vida serviçal e garantida, no rumo da liberdade, dura, combatida, mortal, porém digna liberdade. Trocar os lugares seguros, esses refúgios disfarçados de luta, pela confrontação permanente e radical contra tudo que tenta dominar. Trocar a comodidade da crítica pela ação. Trocar uma vida de frustrações por uma noite de confrontação. Trocar a insatisfação pelo vandalismo, uma saída anárquica que quebrando a lei quebre um pouquinho toda a dominação que tentam impor. Trocar os cansativos protestos cidadãos pela infinita expansão dos encapuzados quebrando tudo, ao final eles nos quebram a vida, porque respeitar suas vidraças?
Porém essa troca é uma construção, cotidiana, permanente, individual e coletiva, que parece não dar em nada, mas dá sim.
Não existem receitas, a possibilidade anárquica somada ao descrédito no sistema, são caminho aberto para o fogo da revolta, as pedras, os panfletos, para a convicta aposta pela anarquia. Não podemos postergar mais a destruição séria da dominação. Trocar assim a vida da crítica perpétua, por uma saída na rua que pode terminar com a morte parece de loucos… Porém… Pagamos a diferença!!!
Conteúdo:
• Na Guerra Social a Revolta é Contagiosa!
• As Possibilidades do Caos. Sobre o assassinato de Guilherme Irish
• Pela Terra Contra o Capital: Terras Retomadas entre ataques e expansões
• Emyra Wajãpi Paulo Paulino Guajajara / Carvão em Porto Alegre a fumaça do Progresso / Esse Fogo.
• Memória Combativa: Uma Expropriação Anarquista na Rua da Praia. Porto Alegre 1911
• Das Ruas de Porto Alegre e…
• Kataklisma: Degenerações. Entre o Vitimismo e orgulho de gênero
• Rodrigo Lanza. Que os Fascistas não se sentam seguros
• Claudio Lavazza Anarquista, Ladrão de bancos… Um irredutível.
>> Link para baixar:
https://mega.nz/#F!F3YShSZK!PWFXeQnLtCcAMql06xvzbA
agência de notícias anarquistas-ana
soprando esse bambu
só tiro
o que lhe deu o vento
Paulo Leminski
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!