A civilização ocidental se construiu, pedra a pedra, sobre as cinzas dos bosques. Mas, além de serem devastados para obter matérias primas, os bosques também foram arrasados porque, desde que há memória, foram refúgio de homens e mulheres livres, hereges e resistentes, de todos aqueles que não se deixam governar.
Hoje em dia, essa dinâmica política e econômica que segue assolando as massas arbóreas se denomina “ordenação territorial”, mas deve entender-se como uma guerra de baixa intensidade: contra os bosques, mas também contra os animais e as comunidades humanas que os habitam. E que os defendem, muitas vezes com sua vida, pois não esqueçamos que, mais além das escavadeiras, os gases lacrimogêneos e as balas de borracha de nossas democracias, o assassinato de ativistas do meio ambiente se duplicou na última década.
Para todos esses ativistas, e para a parte da sociedade a qual representam, o bosque é lugar da comunidade, refúgio temporal, lugar sagrado, amparo do selvagem. Por isso os camponeses mexicanos de Guerrero estão a quinze anos lutando contra a exploração industrial daquele território; os caçadores do povo Cree, no Canadá, defendem o bosque boreal contra o desmatamento; os Penan de Borneo se armam de zarabatanas contra as companhias de óleo de palma; em Renania, a resistência se organiza para bloquear a extração de lignito em um dos últimos bosques primários da Europa; a ZAD de Notre-Dame-des-Landes se enfrenta ao Estado francês e suas leis…
Por toda parte se levam batalhas nas quais ressoa uma mesma ideia: o bosque não é um depósito de biomassa, nem uma zona para o livre desenvolvimento de infraestruturas, nem uma reserva da biosfera, nem um tanque de carbono. O bosque é um povo que se subleva, uma defesa que se organiza, imaginários que se intensificam. Há bosque ali onde já não se pode suportar a miséria existencial generalizada. Há bosque ali onde somos bosques, ali onde somos ingovernáveis.
Ser bosques. Emboscarse, habitar y resistir en los territorios de lucha
Jean-Baptiste Vidalou
Errata Naturae editores, Colección Libros salvajes, Madrid 2020
280 págs. Rústica 21,5×14 cm
ISBN 9788417800482
19.00€
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
uma libélula
pousa em outra libélula
ah, o amor!
Sérvio Lima
Thank you for the support from nepal comrades ✊🏽
Ditadura foi perversa. Empatia as famílias.
foda!
nao existe comunidade anarquista em nenhum lugar do mundo, (no maxinmo sao experiencias limitadas em si mesmo com uma maquiagem…
ALEN = Ateneu Llibertari Estel Negre. Article tret d'Anarcoefemerides.