[Internacional] Convocatória por um março subversivo, anarcofeminista e dissidente

A sociedade está estruturada desde diversas cadeias de opressão que se cruzam e entrecruzam, entendemos que somente o confronto radical é capaz de acabar com cada uma delas. Estas pesadas cadeias têm o patriarcado como uma de suas bases principais. Pelo qual fazemos um chamado a um março subversivo, anarcofeminista e dissidente.

Vemos o enfrentamento contra o patriarcado não como uma luta parcial, a destruição da autoridade em suas múltiplas dimensões não pode ir separada do questionamento e enfrentamento constante das formas e condutas machistas. Março historicamente tem sido um mês combativo e pretendemos que continue sendo.

Somos críticas com as posturas hegemônicas do feminismo social-democrata, que marginaliza e exclui as sexualidades e corpos não normativos. Os gêneros são construções sociais impostas das quais não nos interessa ser parte, apelamos a uma desconstrução completa de nossas maneiras de ver e nos relacionarmos… sem regras do que queremos ser.

Ao mesmo tempo não poderíamos ver a luta antipatriarcal afastada de uma prática antiespecista. O exercício de dominação é transversal a todas as espécies, pelo que a liberação tem que ser total. Da mesma maneira nos enfrentamos com as opressões que vivem os corpos racionalizados.

Convocamos a este mês a todas as individualidades e/ou coletivos que se somem ao enfrentamento contra qualquer instituição, representação simbólica ou material que levante e/ou represente e/ou propague o domínio machista. Iniciamos este mês de luta antipatriarcal e anarquista, em que como tantos outros sairemos à rua não para celebrar, nem pedir direitos ou igualdade.

Somos antiautoritárias livremente associadas, nos distanciamos de qualquer grupo, coletivo ou coordenação peticionária que advogue por reformar o atual sistema de domínio, não demandamos nada a nenhum tipo de instituição, não nos interessa a humanização do capitalismo. De quem possui o monopólio do poder e da violência só queremos sua destruição. As mudanças de nossas vidas passam por nós mesmas, apoiando-nos mutuamente entre companheires equivalentes. A sororidade vista desde uma perspectiva na qual há empatia com qualquer pessoa que se identifique como mulher não nos interessa, nossa solidariedade está com nossas companheires que são com quem caminhamos do mesmo lado da barricada, os determinismos sociais ou psicológicos em termos de gênero não são motivo para levantar algum tipo de camaradagem. Os que optem por exercer a autoridade como policiais e/ou juízas, em qualquer de suas formas, se transforma imediatamente em nosso inimigo e não nos importa as condições, sociais, biológicas ou psíquicas destes.

Este dia 8 de março chamamos a todes marginalizades, a que nos distanciemos das posturas reformistas, cidadãs e pacifistas a formar um bloco negro anarcofeminista e dissidente.

Companheires tomemos a rua, as enchemos de propaganda e ações antiautoritárias, validando o belo exercício da violência política.

CONTRA O ESTADO E O CAPITAL LUTA ANTIPATRIARCAL.
PELA LIBERAÇÃO TOTAL, VIVA A ANARQUIA!

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Insetos que cantam…
Parece que as sombras se amam
nos cantos escuros.

Teruko Oda