Muitos de nós vimos as imagens dilacerantes de pacientes em estado crítico com coronavírus deitados em corredores hospitalares esperando por sua morte na Itália. O número de pacientes ultrapassa muito a quantidade de equipamentos e remédios disponíveis para tratá-los, e equipes médicas são forçadas à situação torturante de ter que decidir quem receberá tratamento. Por enquanto, na Espanha e na França, os sistemas de saúde se sobrecarregarão e muito em breve acontecerá o mesmo na América do Norte e em muitos locais na Europa, incluindo a Inglaterra.
Pelas últimas quatro décadas, os serviços de saúde têm sido alvo de ataques como resultado de medidas de austeridade e a crescente privatização. Os resultados dessas medidas cruéis agora estão escancarados. Sejam democratas ou republicanos nos EUA, governos gaulistas, socialistas ou de Macron na França, governos trabalhistas ou conservadores na Inglaterra, etc., são essas gestões que dizimaram os serviços de saúde segundo os caprichos da classe dominante e seu desejo por políticas neoliberais que envolvem imensos ataques aos sistemas de saúde e aos gastos públicos.
É a classe dominante como um todo que foi responsável e continuará sendo responsável pelas muitas mortes resultantes da pandemia de coronavírus.
Uma pandemia dessa natureza foi antevista com alguma antecedência e era previsível. Ainda assim, o regime de Trump encerrou as atividades de uma unidade especializada em pandemias, e os cortes continuaram aos serviços de saúde pública do mundo todo. Pacientes com outras doenças críticas estão desesperadamente preocupados que a priorização de vítimas de coronavírus possa afetá-los, devido à sobrecarga dos sistemas de saúde.
Enquanto isso, os ricos se recolhem em suas casas de campo, com isso aumentando a chance de espalhar o vírus.
O capitalismo tem dado mostras de não ser capaz de lidar com o coronavírus. Precisamos avançar nossas demandas sociais contra seu projeto de mundo desolado pela cobiça e pelo egoísmo, reivindicando a integração do sistema de saúde privado no público, a expropriação e a socialização das indústrias farmacêuticas, a expropriação dos supermercados e serviços de fornecimento de internet, medidas decisivas no controle do vírus, com o direito de isolamento com pagamento integral. Isso tem que ser feito pela própria classe trabalhadora, que tem o conhecimento prático para dirigir todas essas indústrias e serviços.
Nós temos que avançar na direção de uma resposta coletiva para a crise, por uma revolução social que promova um mundo novo baseado em apoio mútuo, senso de comunidade e solidariedade.
Grupo Anarcomunista, 23 de março de 2020.
Tradução > Schwartz
agência de notícias anarquistas-ana
A sensação de tocar com os dedos
O que não tem realidade –
Uma pequena borboleta.
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!