Tendo em conta o estado de alerta decretado pelo Governo Central e o risco sanitário causado pela COVID-19, os sindicatos CNT do Alto Aragón nas cidades de Huesca, Monzón (Zinca) e Fraga, acordaram um comunicado para expressar a nossa preocupação com a gestão desta “crise” pelo Governo e para denunciar o “zelo excessivo” das forças de segurança do Estado.
• A CNT denuncia o autoritarismo e o zelo excessivo das forças de segurança diante do estado de alerta.
• A CNT solicita a revisão do confinamento, adaptando-o a cada localidade através da coordenação entre as prefeituras e os serviços sociais e de saúde.
No comunicado seguinte, a CNT deseja denunciar a atitude das forças de segurança em muitas das nossas localidades, encorajando a denúncia de vizinh@s contra vizinh@s e tendo uma atitude autoritária em lugares onde o comportamento dos habitantes é exemplar em termos de saúde comunitária.
Esta organização sindical entende que se alguém vai salvar a situação mais uma vez, será a população civil e sempre com responsabilidade e colaboração e nunca com denúncia e perseguição dos seus pares.
Até agora, os empresários que obrigaram e ainda obrigam os seus empregados a trabalhar, não cumprindo as normas mínimas em termos de riscos laborais, sob a ameaça de serem despedidos, parte de um ERTE ou forçad@s a gozar os seus períodos de férias.
A CNT também compreende a necessidade de adaptar a regulamentação do confinamento às peculiaridades de cada lugar, como está sendo feito em países como Alemanha ou Suíça, através de portarias municipais e coordenação com os serviços sócios sanitários do território. Não podemos tratar o confinamento da mesma forma em todas as nossas cidades, tendo variações muito acentuadas de espaço e densidade populacional. Não nos é possível ter os nossos filhos totalmente fechados em lugares onde o próprio espaço permite alguma mobilidade responsável, enquanto as suas famílias e vizinh@s vão trabalhar em setores dispensáveis em zonas urbanas. A vida dos nossos filhos é mais importante do que o sistema produtivo.
Apelar à repressão como medida de contenção quando praticamente toda a população se comporta de forma exemplar, não tem outra intenção que não seja a de procurar novamente a confiança no Estado e nas forças de segurança, num Estado e forças de segurança em estreita colaboração com organizações políticas e financeiras frouxas na regulação positiva da classe trabalhadora no contexto laboral, social e econômico em que vivemos, e muito autoritárias em lugares e momentos em que não deveriam ser.
Na CNT apelamos à responsabilidade dos nossos vizinhos, deixando claro que a repressão e o Estado, assim como as suas forças de segurança, não devem fazer da desconfiança uma ferramenta para a construção da nossa saúde pública ou da nossa convivência cotidiana, procurando uma vizinhança que respeite a saúde e a convivência igualitária, ainda mais numa situação excepcional como a que estamos vivendo.
Alto Aragón 27 de Março de 2020
CNT Huesca, CNT Zinca, CNT Fraga
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
A velha ponte –
No pó ajuntado entre as tábuas,
Brota o capim.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!