As medidas mais extremas adotadas por países que estabeleceram quarentena obrigatória para conter a pandemia do novo coronavírus incluem uso de bombas de gás, agressões físicas, humilhação e esterilização daqueles que tentam burlar o isolamento social. Os mais pobres e os mais vulneráveis são os mais atingidos por atitudes violentas da polícia, que tem licença para fazer o que for preciso para manter as pessoas reclusas, segundo o site The Guardian.
Leia a seguir exemplos do que tem sido feito em alguns países:
No Quênia, um garoto de 13 anos foi baleado e morto na sacada de sua casa em Nairóbi, capital do país, enquanto a polícia passava pela vizinhança para reforçar o toque de recolher. A família recebeu apenas “condolências sinceras” da corporação.
“Eles chegam gritando e batendo na gente como se fôssemos vacas, e somos cidadãos que cumprem a lei”, disse Hussein Moyo, pai do menino assassinado.
Em Mombaça, cidade portuária do país, a polícia usou gás lacrimogêneo contra usuários do sistema de balsas e os agrediu com cassetetes.
Na Índia, vídeos compartilhados na internet mostram que trabalhadores migrantes foram colocados sentados à beira de uma estrada e esterilizados com jatos de um produto químico para supostamente livrá-los do vírus. Eles retornavam de Nova Déli, onde trabalham, para seu vilarejo de origem e foram encharcados com substâncias alvejantes, que podem prejudicar a pele, olhos e pulmões.
No Paraguai, táticas semelhantes vêm sendo usadas pela polícia nos locais onde o isolamento tem sido quebrado. Pessoas foram ameaçadas com uma arma tipo taser e obrigadas a fazer saltos. Algumas foram ordenadas a repetir a frase: “Não vou sair da minha casa de novo, senhor”, deitadas de cara para o chão.
Nas Filipinas, pessoas que desrespeitaram o toque de recolher foram presas em gaiolas para cachorros, enquanto outras foram obrigadas a ficarem sentadas debaixo de sol forte como punição.
Especialistas em direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) vêm alertando os países sobre as medidas adotadas para conter a pandemia, que são mais do que urgentes, mas que devem ser “proporcionais, necessárias e não discriminatórias”.
Os mais pobres, que não podem deixar de trabalhar e, por consequência, se veem obrigados a sair de casa, são os mais atingidos por tais punições.
agência de notícias anarquistas-ana
Num banco de praça
a sombra de um velho assombra
o vento que passa.
Luciano Maia
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!