A CGT mais uma vez escreveu ao governo, especificamente aos Ministros da Saúde, Transportes e Trabalho, para expressar nosso repúdio à decisão que tomaram de retomar atividades produtivas não essenciais, alertando-os para o risco que isso representa para os trabalhadores dessas empresas e para toda a população, pois é lógico que isso levará a um novo surto da Pandemia em nosso país, já que não há material de proteção suficiente para todos, nem em suas empresas, nem no transporte necessário para ir até elas e retornar às suas casas.
Esta decisão é uma concessão inaceitável para os empregadores em geral e uma irresponsabilidade imprudente do poder público, cujas consequências recairão mais uma vez principalmente sobre a classe trabalhadora, que já conta para muitos milhares de pessoas mortas.
Entre outras questões, temos exigido do Governo que todas as infecções COVID-19 sofridas pelos trabalhadores, independentemente do seu setor produtivo, sejam consideradas para todos os efeitos como acidente de trabalho, tanto durante a prestação do serviço nas instalações da empresa como no transporte, nos mesmos termos dos acidentes “in itinere”.
A atuação da Fiscalização do Trabalho deve ser muito mais imediata, rigorosa e eficaz diante de qualquer reclamação que venha a ser feita, caso contrário a Classe Trabalhadora continuará verdadeiramente indefesa contra este vírus.
O retorno ao trabalho deve ser gradual e razoável. Entendemos que ainda não estamos em condições de voltar à atividade como estávamos antes de 29 de março, pois, na maioria dos casos, a segurança e a saúde dos trabalhadores não podem ser garantidas pelas empresas.
O próprio Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) acredita que devem ser assegurados sistemas de teste suficientes, que permitam avaliar as consequências epidemiológicas antes que as medidas comunitárias e de distanciamento físico sejam flexibilizadas. Portanto, é essencial que as administrações garantam que os testes correspondentes sejam realizados em todas as pessoas que devem ir ao trabalho ou que já o estão fazendo.
No que diz respeito à pessimamente denominada “licença remunerada recuperável”, além de ser um trabalho discriminatório, entendemos que significará um sacrifício insuportável por parte das pessoas afetadas, que, além de sofrerem as consequências do atual confinamento, verão mais tarde seu horário de trabalho prolongado, com possíveis efeitos sobre sua saúde e sobre a conciliação de sua vida profissional e familiar.
Já é hora de não exigir sacrifícios apenas da Classe Trabalhadora, que já sofre virulentamente as consequências econômicas desta crise e que, num futuro próximo, sofrerá ainda mais, já que o valor arrecadado pelos impostos diretos, no caso da renda do trabalho, é muito mais alto do que o imposto sobre as sociedades.
A CGT continuará a defender, com toda nossa força, instrumentos e energia, o direito à proteção da saúde dos trabalhadores, e também de suas condições de vida, diante da falta de escrúpulos por parte dos empregadores e da submissão do poder público aos seus interesses econômicos, pois nossa saúde vale muito mais do que seus lucros.
Chega de assalto à nossa classe!
Fonte: https://cgt.org.es/nuestra-salud-vale-mas-que-sus-ganancias/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
tuas mãos na minha pele
entre os raios de luar
fazem cinema
Lisa Carducci
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!