Dia 8 – Loiros podem ser mais loiros do que loiros
“Continue a escrever que eu tô amando ter notícias suas, mas vê se bebe um pouco menos hein?!
Beijos, te amo
Célia”
Esse foi o email que recebi da minha mãe ontem. Respeitando a vontade dela – e o pedido do meu corpo – hoje eu bebi bem menos. A ponto de lembrar que no último dia de Lituânia esqueci de contar uma das cenas mais engraçadas: na loja de ferramentas pra comprar um benjamim (na Lituânia vende cerveja até na loja de ferramentas), descíamos as escadas, Allan e eu, e sem querer ele me fez tropeçar. Deslizei pelos degraus tentando me equilibrar como se estivesse sobre uma prancha de skate, ou snowboard, num misto de Bobby Burnqist com Charles Chaplin. E não caí. Allan riu tanto que me lembrou do Davi, mas o Davi teria rolado no chão já àquela altura.
Falando em Burnqist, que parece sobrenome sueco (e se pá é), chegamos na Suécia e logo no aeroporto vimos que seria a parte mais cara da viagem mesmo: ônibus pra ir do aeroporto pra cidade, 18 euros. Mais do que ônibus da República Tcheca pra Lituânia. Absurdo. A coroa sueca estava em 8,11 para 1 euro[1], então troquei 100 euros e deu menos de 1000 coroas. Descemos na estação central de trem e ônibus e um café custou 10 coroas. Sentiu o drama? Um café, 1,25 euro, ou 3,15 reais mais ou menos. Na estação também vi um cara pedindo dinheiro, e me chocou mais uma vez, assim como o lituano na torre do castelo com um copo de plástico e cara de fome com os olhos mais azuis que já vi na vida. Gente branca passando fome realmente é novidade pra gente[2].
Sentamos no McDonalds (sem comprar nada nem ser importunado por isso), onde tínhamos combinado ponto de encontro com a Amanda[3], e aproveitei que chegamos cedo pra terminar meu trabalho[4]. Deu certinho, faltou só internet pra poder enviar pra editora. Amanda chegou por volta de 11h40 e nos levou pro metrô, já ensinando como fazer pra pegar sem pagar. Fomos até a casa dela, na parte sul de Estocolmo (que é bem pequena e agradável, poucos prédios, MUITO verde, 2 milhões de pessoas; a rua com mais trânsito que vimos na cidade era tipo a rua Clélia[5], em São Paulo), deixamos as malas e fomos até a casa da mãe dela, que mora a 5 minutos, num subúrbio cercado de mais floresta temperada. A casa é muito foda, não tão grande, mas com um quintal onde a mãe dela cultiva flores lindas e mais um monte de berries (cranberry e outros). Conhecemos também a Ella, cachorrinha que parece poodle mas não é, prenha pela terceira vez, muito amável e tranquila. Os filhotes devem nascer até sexta-feira, de repente dá tempo de vê-los e tirar umas fotos.
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!