A pandemia mundial de COVID-19 está em plena expansão e já é responsável por dezenas de milhares de mortes pelo mundo, milhares delas ocorridas na França. A gestão desta crise sanitária pelo Estado e pelo patronato mostra que, antes de tudo, esta é uma crise do capitalismo.
As políticas de austeridade e de ruptura social no setor da saúde intensificaram esta crise sanitária com um risco crescente de saturação do sistema hospitalar. Paralelamente, o patronato faz de tudo para manter suas empresas, independentemente dos riscos sanitários que isso acarreta a milhares de trabalhadores, em particular as mulheres que estão na linha de frente das profissões sob tensão: cuidadoras, empregadas domésticas, enfermeiras, balconistas etc.
O governo Macron declarou: “nós estamos em guerra”. Mas é exatamente a nós a quem ele se dirige: trabalho mantido nos setores não essenciais, ausência crônica de máscaras de proteção e de testes para diagnóstico, baixo efetivo e falta de materiais nos hospitais, ausência de soluções de alojamento digno e estável para os desabrigados, medidas tardias e inconsequentes para enfrentar o número crescente de violências praticadas contra mulheres, condições sanitárias catastróficas nas prisões e nos centros de internamento de estrangeiros e, infelizmente, essa lista não está nem perto do fim!
Para conter esta pandemia, que o governo foi incapaz de antecipar e de gerir, a única resposta governamental foi: milhões de ações de controle policial, dezenas de milhares de autuações por desrespeito ao isolamento e implementação de um dispositivo de vigilância sem precedentes, em particular nos bairros populares (grampos telefônicos, drones e helicópteros).
Nenhuma “união nacional” pode ser levada em consideração com nossos inimigos. Diante do avanço dos discursos racistas e nacionalistas, afirmamos que a única alternativa está na solidariedade e no apoio mútuo entre os povos.
A crise econômica e social anunciada para logo depois do término da crise sanitária impõe que as organizações revolucionárias, anticapitalistas e antifascistas, juntem suas forças para lidar com isso e para preparar as condições de uma alternativa revolucionária. Todo mundo deve engajar-se desde já nesse sentido!
O combate contra o Estado e o capital não deve estar confinado. Mais que nunca, devemos preparar e organizar a ação revolucionária!
Em particular, convocamos todas e todos a apoiarem em Toulouse e entorno diversas iniciativas de auto-organização e de solidariedade popular:
• as mobilizações contra a manutenção da produção nos setores não essenciais, especialmente no setor da aviação, conduzidas por diferentes sindicatos de base;
• a campanha entre coletivos “La solidarité n’est pas confinée”;
• a greve de aluguéis e a campanha “On ne paie plus 31”;
• ajuda virtual com deveres escolares em Toulouse, do “Comité Vérité et Justice 31”;
• a arrecadação solidária para a comunidade LGBTI e para pessoas soropositivas em situações precárias organizada pela ONG Act-Up Sud-Ouest;
• a arrecadação solidária para profissionais do sexo em situações precárias organizada pela ONG Grisélidis, e todas as iniciativas movidas nesse sentido!
Toulouse, 10 de abril de 2020.
Primeiros signatários: Secours Rouge Toulouse, UD Confédération Nationale du Travail 31, Groupe Libertad (Fédération Anarchiste), Union Antifasciste Toulousaine, Association Eunomia, Union Communiste Libertaire (Toulouse e arredores).
Fonte: https://iaata.info/Face-a-l-Etat-et-au-capital-notre-lutte-n-est-pas-confinee-4170.html
Tradução > Dienah Gurhühor
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2020/04/16/franca-paremos-tudo-exceto-o-que-e-vital/
agência de notícias anarquistas-ana
Pra que respirar?
posso ouvi-la, fremindo,
maciez de noite.
Soares Feitosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!