A violência policial não cessou com o confinamento. Pelo contrário, o estado de emergência sanitária incentiva a polícia a abordar, humilhar e ferir pelo não cumprimento do confinamento. Essa violência policial que mata e mutila. E atinge a população dos bairros populares que sofre as desigualdades sociais e as discriminações raciais, além de estar na linha de frente contra a COVID-19.
A mais recente foi neste sábado (18/04), em Villeneuve-la-Garenne. Os policiais em uma viatura descaracterizada, depois de terem visto um homem de moto, abriram brutalmente a porta no momento em que ele passava para pará-lo. Com a batida, a moto e o seu motorista, Mouldi, foram lançados contra postes antes de caírem no chão. A violência dos impactos provocou uma grave fratura exposta na perna. A polícia logo dispersou as testemunhas e os moradores indignados.
A noite de 20/04 foi marcada pela raiva e revolta da população, com confrontos que duraram mais de duas horas: os fogos de artifício lançados foram respondidos com granadas lacrimogêneas e acusações policiais contra os manifestantes. O jornalista Taha Bouhafs foi mais de uma vez detido, mais uma vez violentamente, antes de ser liberado… com uma multa por não respeitar o confinamento.
Uma noite que teria sido marcada por vários movimentos de revolta nos bairros populares em toda a França, segundo testemunhos nas redes sociais. Foram a violência e as humilhações diárias da polícia, não interrompidas durante o confinamento, que causaram a revolta.
Afinal, a lista dessas violências aumenta dia a dia. A polícia já foi responsável por muitas mortes. Como aconteceu recentemente em 08/04 em Béziers, onde Mohamed, um sem-teto, foi morto após sua detenção. Em Bruxelles, Adil, um jovem de 19 anos foi morto depois de ter sido ferido pelos policiais.
Um indicador simbólico da impunidade policial: em Noisy-le-Grand na periferia parisiense, um policial que não estava em serviço não hesitou em aparecer nas redes sociais, antes e depois de ter atirado em seu vizinho com a arma do trabalho porque ele “fazia muito barulho”. O policial foi solto após sua custódia.
A cada dia novos vídeos circulam, mostrando humilhações, tiros com armas de eletrochoque ou espancamentos… O confinamento aumentou a periculosidade das ações policiais. As vítimas foram facilmente isoladas pelos policiais nas ruas desertas e as testemunhas não puderam se reunir no local sem o risco de levar uma multa.
Nós temos o direito de filmar e de documentar essa violência policial, esses controles humilhantes, é preciso continuar exercendo [nosso direito].
Como sempre, são os imigrantes e a população dos bairros populares que sofrem primeiro com a violência policial, as desigualdades sociais e as discriminações raciais, aquelas e aqueles que estão na linha de frente da crise atual.
Para a União Comunista Libertária as revoltas da população nos bairros populares são legítimas: as violências e humilhações policiais devem acabar!
Union Communiste Libertaire, segunda-feira, 20 de abril de 2020
Fonte: https://www.unioncommunistelibertaire.org/?Violences-policieres-il-faut-que-ca-cesse
Tradução > Estrela
agência de notícias anarquistas-ana
Sempre do mesmo lado,
O dia todo e a noite inteira,
O vento da montanha.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!