Por Nantes Révoltée | 06/05/2020
Segundo Mediapart, Medhi, um trabalhador migrante sem documentos no setor de segurança contra incêndios, foi espancado e levado a um centro de detenção pela polícia. Um novo caso de violência policial que mostra a gestão autoritária, repressiva e racista da crise feita pelo governo.
No dia 24 de abril, assim que saiu para comer antes de seu trabalho, Medhi Medjahed, na França há 13 anos, encontrou três policiais na saída do metrô Barbès-Rochechouart que queriam verificar sua declaração de saída. Então ele mostrou uma declaração fornecida pelo seu patrão, dizendo que trabalha como agente de segurança de incêndio.
Foi então que os policiais questionaram a possibilidade dele ter um emprego: “Como você poderia trabalhar já que não possui documentos?”, segundo o testemunho publicado pelo Mediapart. O tom da discussão se tornou tenso quando a polícia não o deixou ir. Assim, Medhi queria ir a outra brigada, na esperança de que as mudanças fossem menos difíceis. Nesse momento ele levou um golpe violento na cabeça, e rapidamente a abordagem se transformou em um espancamento.
Em seguida Medhi foi levado a uma delegacia no 18º arrondissement [divisão administrativa]. Ele consultou um médico à noite que avaliou seu estado como não urgente, que ele não teria o nariz quebrado e apenas alguns arranhões, garantindo: “não se preocupe, isso não é grave”. No dia seguinte, ele foi colocado em um centro de detenção de Mesnil-Amelot, e no domingo enviado ao centro hospitalar de Meaux devido ao seu estado físico. Um novo exame médico foi realizado e revelou que Medhi teria um trauma na cabeça, o nariz quebrado, hematomas ao redor dos olhos e do corpo. Medhi foi, portanto, vítima de uma grande brutalidade.
O promotor ordenou sua libertação, mas o prefeito da polícia decidiu que Medhi tinha uma “obrigação de deixar o território imediatamente” (OQTF). Embora Medhi esteja na França há treze anos, que esteja trabalhando e que as condições da pandemia não permitam a sua extradição.
O caso de Medhi, espancado pela polícia e expulsado a força, mostra mais uma vez a lógica repressiva com a qual o governo mantém seu confinamento. Uma lógica que não esconde o racismo do Estado e de sua polícia, ilustrado por dezenas de vídeos e testemunhos nos últimos tempos.
Contra a gestão policial e autoritária da crise sanitária, nós precisamos impor a auto-organização solidária dos trabalhadores – como já está sendo feito em alguns bairros. Exigimos igualmente a regularização dos migrantes sem documentos, que estão entre as primeiras vítimas da crise sanitária, e, além disso, exigimos o fechamento dos centros de detenção!
Tradução > Estrela
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agência de notícias anarquistas-ana
está calor
o sapo coaxa
dentro da bromélia
Akemi Yamamoto Amorim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!