“Falsas notícias” ou mensageira/os falsa/os?

Por Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira | 16/05/2020

Na quinta-feira passada, dia 14 de maio, “um grupo internacional de profissionais da saúde” publicou um documento, veiculado em vários grandes jornais de vários países, no qual solicitam às grandes empresas de mídias digitais que exerçam um controle mais rígido sobre os conteúdos de mensagens veiculados na internet com o tema da pandemia, segundo se alega, “para evitar a disseminação de fake news que podem provocar mais mortes”: daí, entre os ‘exemplos’ de algumas dessas fake news, é citada a discussão sobre se o novo coronavírus foi manipulado em laboratório ou não.

Ora, em que é que esta discussão (cuja hipótese afirmativa – ou seja, a admissão de que o vírus pode sim ter sido fruto de manipulação humana – é defendida inclusive por alguns cientistas de renome internacional na área) “poderia provocar mais mortes”?

Está claro aí que isto se trata, nada mais nada menos, de uma antiga estratégia do poder para manipular as populações de ingênua/os: esta estratégia consiste em, para fazer passar uma conduta injusta como sendo justa, misturar elementos “justos” com elementos “injustos” num mesmo pacote em que se quer vender uma ideia, para que assim quem vê o pacote se confunda, e pense que, devido à presença ali de elementos injustos, seria correto aplicar os mesmos “corretivos” propostos para “o pacote” como um todo, incluindo aí os elementos “justos”. Para as sociedades cristãs, o exemplo mais conhecido de manipulação de populações ingênua/os através desse estratagema, é o da crucificação de Jesus, onde, para se criar uma aparência de “justiça” do ato, se pendurou este em meio a dois criminosos confessos. 

Se olharmos para todo o conjunto dos atos que estão sendo tomados pelos poderes estabelecidos do sistema globalizado a partir do momento do reconhecimento formal do fenômeno do contágio em escala pelo novo coronavírus, veremos que todos eles convergem numa mesma direção, que é a da implementação de políticas e sistemas de “sufocamento” cada vez maior das possibilidades de liberdades de movimentos da/os cidadã/os, seja em países ditatoriais como a China, ou seja em países ditos “democráticos”, e visto que a pandemia terá um comportamento cíclico – como já se sabia desde o início e como está se confirmando agora -, retornando em várias “ondas” sucessivas (inclusive, esta semana a OMS anunciou que a moléstia provavelmente se tornará algo endêmico, ou seja, um problema de saúde pública que permanecerá existindo nas sociedades ao redor do mundo sem nenhuma previsão possível para a sua erradicação), o que nos leva a admitir que essas políticas e sistemas globalizados de sufocamento das liberdades e movimentos da/os cidadã/os deverão ser cada vez mais reforçadas e perpetuadas ao ponto de serem “naturalizadas” também, podemos a partir disto concluir que, a única razão de “pegarem pra Cristo” o tema de discussão sobre se o novo coronavírus teria sido manipulado em laboratório ou não, colocando esse assunto no mesmo saco de “fake news que podem provocar mais mortes”, a única razão para que “profissionais da saúde” supostamente respeitada/os e bem intencionada/os criem e defendam publicamente um “balaio de gatos” tão “confuso” assim, só poderia ser uma: a intenção de levar a/os cidadãos ao redor do globo a aceitarem como “justa”, a verdadeira injustiça de uma censura disfarçada que se quer impor sobre seu “direito” de se movimentar livremente pela internet e, com isso, conhecer a verdade..

Se conheceres a verdade, “a verdade vos libertará”: porém, se ela lhe for apresentada pelas autoridades como sendo, supostamente, parte de um conjunto de “maus feitos”, serás capaz até de apedrejá-la.

Pense, e aprenda a já tão antiga lição: antes que a escuridão se abata definitivamente sobre o calvário global da humanidade agora, e sem chances de levantar depois da “casa dos mortos”.

agência de notícias anarquistas-ana

vento nas cortinas
fico atenta
ao que a manhã ensina

Camila Jabur