“Eu não consigo respirar”. A frase repetida por George Floyd pouco antes de ser assassinado, enquanto um policial branco pressionava seu pescoço contra o chão com o joelho, se repetiu em inúmeros cartazes durante protestos contra a morte do homem negro de 46 anos, ocorrida na última segunda-feira, 25, em Minneapolis. Desde então, cidades americanas têm sido palco de manifestações potentes contra a violência, a covardia e o abuso da força policial.
Nesta quinta-feira 28, houve ataques a carros da polícia e lojas, saques, prédios em chamas, barricadas e confrontos entre a polícia e manifestantes. Segundo relatos da imprensa local, os protestos em Minneapolis foram os mais tensos e a policia chegou a utilizar balas de borracha e gás lacrimogêneo contra a multidão. Outros protestos foram registrados em outras cidades, como Los Angeles onde manifestantes chegaram a incendiar um carro da Patrulha Rodoviária da Califórnia.
O caso chocante foi imediatamente comparado ao de Eric Garner, um negro que morreu ao ser preso em 2014, em Nova York. Assim como Floyd, Garner estava desarmado e repetiu diversas vezes “Não consigo respirar”, enquanto era sufocado por um policial. “Executaram meu irmão em plena luz do dia. Estou cansado de ver pessoas negras morrendo”, afirmou Philonise Floyd, irmão da vítima, à imprensa local.
“Quero que esses policiais sejam acusados de assassinato, porque foi exatamente isso que eles cometeram contra meu irmão”, disse à imprensa local Bridgett Floyd, irmã de George Floyd. “Eu tenho fé e acredito que a justiça será feita”.
Floyd morreu na noite de segunda-feira, depois de ficar deitado de bruços por pelo menos 10 minutos, enquanto um policial branco pressionava seu pescoço com o joelho.
“Não consigo respirar”, implorou o homem, segundo o áudio de um vídeo de vários minutos filmado por um transeunte que viralizou.
O policial diz para ele ficar calmo. Um segundo policial mantém os transeuntes à distância enquanto Floyd não se mexe e parece inconsciente.
Um novo vídeo descarta as alegações da polícia de que o homem, “suspeito de tentar passar uma nota falsa de 20 dólares”, resistiu à prisão.
Em imagens feitas pelas câmeras de um restaurante localizado em frente ao local da prisão, ele aparece com algemas nas costas sem oferecer qualquer resistência.
“Não podemos ter dois sistemas legais, um para negros e outro para brancos”, disse o advogado da família Benjamin Crump à imprensa local.
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, também questionou nesta quarta-feira “por que o homem que matou George Floyd não está na prisão”, dizendo “se você ou eu tivéssemos feito isso, estaríamos atrás das grades”.
Mais de mil mortos a tiros pela polícia em 2019
A morte de Floyd chama atenção para estatísticas sinistras sobre assassinatos cometidos por policiais nos Estados Unidos.
De acordo com um levantamento do jornal Washington Post, 1014 pessoas foram mortas a tiros por policiais no país em 2019, e estudos mostram que as principais vítimas foram americanos negros.
Um estudo da ONG Mapping Police Violence aponta que, nos Estados Unidos, negros têm quase três vezes mais chances de serem mortos pela polícia do que brancos.
Fonte: agências de notícias
agência de notícias anarquistas-ana
Sobre o telhado
flores de castanheiro
ignoradas.
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!