O artista sírio Aziz Al-Asmar pintou um mural em memória e protesto ao assassinato do negro americano George Floyd. O mural está exposto nas ruínas de sua casa na província de Idlib, noroeste da Síria, mantida pela oposição ao Presidente Bashar al-Assad.
Em 25 de maio, Floyd, cidadão desarmado, morreu após ser imobilizado e asfixiado contra o chão pelo policial branco Derek Chauvin, na cidade de Minneapolis. Protestos despertaram em mais de 75 cidades dos Estados Unidos, em resposta ao assassinato, ao racismo estrutural e à violência do estado.
Aziz Al-Asmar, de 48 anos, pintou o retrato nos muros de sua própria casa destruída, em sua cidade natal Binnish, Idlib, no último fim de semana, a fim de demonstrar solidariedade aos atos contra o racismo nos Estados Unidos e em todo o mundo.
“George Floyd é lembrado na Síria; “os policiais que o mataram não tinham ideia de que criaram uma onda de emoção por todo o planeta”, relata a rede independente síria On the Ground
“Defendemos a paz e a liberdade”, explicou Asmar. “Acreditamos que é nosso dever demonstrar solidariedade a causas humanitárias globais.”
O mural retrata o rosto de Floyd com frases que assumiram destaque nos protestos dos Estados Unidos e no mundo como “Não ao Racismo” e “Não posso respirar” – última sentença proferida por George Floyd, em apelo reiterado para que o policial retirasse a pressão de seu joelho sobre sua garganta.
Após o incidente, registrado em vídeo por celular e compartilhado nas redes sociais, protestos eclodiram na cidade de Minneapolis, local do crime. Manifestações espalharam-se por todo o país e assumiram, em alguns casos, aspecto de rebelião popular.
Os protestos chegaram às portas da Casa Branca, neste fim de semana. O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump reagiu com medidas duras, após recolher-se em seu bunker e telefonar ao presidente russo Vladimir Putin. Trump quer utilizar o próprio exército americano para intervir e reprimir os manifestantes.
Asmar reiterou semelhanças entre a violência policial e o racismo nos Estados Unidos e na Síria. O povo sírio, relatou o artista, enxerga uma relação forte entre a morte por asfixia nas cidades americanas e a morte por gás venenoso em seu próprio país.
Armas químicas foram utilizadas contra civis e manifestantes sírios no decorrer da guerra civil. Indícios apontam para responsabilidade direta do governo de Assad.
As acusações são negadas reiteradamente tanto pelo regime sírio quanto por seu maior aliado, o governo da Rússia. Ambos alegam que os ataques representam nada mais que conspirações ocidentais disseminadas por grupos da oposição para difamar o regime.
Asmar afirma que sua pintura simboliza a solidariedade entre os povos oprimidos de ambos os países. “Escolhi usar as paredes destruídas porque são mais fortes ao expressar mensagens de compaixão entre os povos oprimidos.”
agência de notícias anarquistas-ana
No ninho do sabiá
há quatro bocas
que não param de piar
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!